sábado, 15 de dezembro de 2007

"Oh. You have a penguin."

A minha vida é estranha.
Mas, vá lá…tive um Python a dizer-me “oh. You have a penguin”.
É uma daquelas frases que já não esqueço.
Estou feliz.
Sim, eu levei um pinguim, em tamanho natural, para a apresentação da autobiografia dos Python, apresentada pelo sr. Terry Jones.
O pinguim era simbólico (também mera parvoíce pelo simples gosto da parvoíce, mas acima de tudo simbólico).
"It’s just gone 8 o’clock and time for the penguin on top of your television set to explode" foi a frase (e o momento, e o sketch), pronunciada por este mesmo Terry Jones, que fez, definitivamente, em mim a revolução pythoniana.
Revolução que, quem me conhece sabe, não foi coisa pouca.
Foi uma espécie de revolução hermanenciclopédiagatofedorentiana combinada.
Mas em maior.
Foi o click absoluto e definitivo.
E foi aquela frase, aquele sketch, aquele pinguim a explodir que me renderam completamente. A minha vida nunca mais foi igual um pinguim depois.
Não é exagero dizer que um pinguim mudou a minha vida – um python fan entende o que quero dizer.
Portanto, sim, eu andei um dia inteiro na faculdade com um pinguim de 60 cm, eu fiz quatro (!) longas viagens no metro com um pinguim, eu fui para a Fnac do Chiado com um pinguim.

Glorioso.
É qualquer coisa de glorioso poder ouvir o sr. Terry Jones (repararam como não consigo tratá-lo sem ser por “sr”?) ali a meia-dúzia de metros a fazer aquela voz “he’s not the messiah! He’s a very naughty boy”. E o sr. é, realmente, muito simpático, bem-humorado e inteligente. Compensou bem a hora de atraso.

E admito que podia muito bem ter gritado BURMA quando me vi à frente do senhor a dizer-me “oh. You have a penguin”. Porque o facto é que…I panicked. Eu ainda queria perguntar ao sr. se pelo facto de estar ali um piano e um calor insuportável dentro da loja não lhe parecia que os srs. da Fnac estavam a querer dizer alguma coisa. Mas não deu. Pânico.

Oh. E arranjei um nome para o pinguim. O Nuno Markl entrou na sala, olhei para o Markl de perfil, para o pinguim de perfil e arranjei um nome para o pinguim. Markl Terence Cohen. Um requinte…Ou talvez o produto parvo da expectativa, de uma hora de espera e de uns nervos muito sensíveis.

No entanto, um apontamento. Aquele senhor lá à frente que fez (tentou fazer) A voz numa pergunta ao sr. Terry Jones, não se sentiu um bocadinho humilhado? É que eu senti-me. E não era comigo. Simplesmente não se faz A voz ao Terry Jones, do mesmo modo que não se faz uma silly walk à frente do John Cleese. É um momento humiliatus maximus. Não se faz.

Seja como for…foi uma noite feliz. Ou não me lembrasse de metade.
Mas foi giro.
Espero que o pinguim (e eu e a Inês) não apareçamos em nenhum lado: SIC, jornal que for, Internet.
É que não vai ser bom se a Teresa Alves descobrir que à hora em que era suposto estarmos a assistir ao Waiting for Europe e a uma conferência na reitoria da UL, estávamos antes numa lojinha no Chiado a rir de um senhor de meia-idade que é mesmo bom a imitar senhoras de meia-idade. Com um pinguim.

Em conclusão.
Objectivos/expectativas que tinha:
* Levar o pinguim. Check.
* Ver o sr. Terry Jones ao vivo. Check.
* Ouvi-lo a fazer aquela vozinha. Check (com o bónus da gloriosa frase “he’s not the messiah”)
* Autografar o livro. Check (com o bónus Markl, com o bónus pinguim)
* Não entrar em pânico nem agir de forma atípica/estranha/esquizofrénica/irreconhecível/mal-educada. Não check. As minhas sinceras desculpas a quem quer que tenha sofrido com isso.





2 Comments:

  1. Anónimo said...
    BURMA!!! haha
    "Deixa o acento!Deixa o SR." haha
    Espero que a SR. Professora não nos apanhe a abraçar um pinguim a frente do Sr.Terry Jones... :)
    ****
    flower_power said...
    ihihih ^^
    espero bem que não.
    e espero que não volte a ter um momento "deixa o senhor pôr o acento no I, deixo o senhor pôr o acento no N".
    foi o pânico.
    e foi lindo.
    e vai ser giro se a prof. descobrir que traímos a europa com um inglês e um pinguim.

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