terça-feira, 29 de abril de 2008

À espera do autocarro


Era uma vez uma cabeça de alfinete e uma princesa. Era uma princesa tão princesa que picou-se no alfinete e passou o resto da vida a coser meias. FIM

Era uma vez um novelo de lã e um princípe. Era um princípe tão princípe que tropeçou no novelo de lã e passou o resto da vida a começar todas as frases por "penso que". Penso que FIM

Il était un fois gras qu'il était qu'il n'était rien. FIN

Era uma vez uma história que começava por era uma vez. Uma vez que isso não levava a lado nenhum, a autora já era. FIM

Era uma vez uma autora que gostava de assinalar o fim de todas as frases. Uma vez, não entendeu onde era o fim da frase mas a frase já tinha chegado ao fim. FIM

Jogos Olímpicos meets Ovibeja

Jogos Ovímpicos

Salto à Barreira

Ovibeja, 2008
"Muito trabalho e este público fantástico". É desta forma que Zé Carneiro, capitão da selecção ovímpica portuguesa, a grande campeã do salto à barreira, justifica a sua vitória. Unanimamente reconhecidos como os grandes campeões deste ano, a equipa portuguesa conseguiu ao fim de apenas 32 saltos pôr 148 elementos do público a dormir, estabelecendo deste modo um novo record mundial, obliviando a memorável prestação das moutons tricolores na Sícilia em 1994.
A delegação escocesa ainda ameaçou estragar a festa, acusando beneficiação da equipa da casa, garantindo que 53 dos espectadores adormecidos tinham partido às 4 da manhã de Viana do Castelo. Diligências da organização vieram, no entanto, rapidamente a provar que todos os espectadores em causa tinham dormido uma sesta após o almoço. O treinador da equipa portuguesa, Mário Pastor Alemão, já garantiu não processar a delegação escocesa por difamação.

Nota ainda por uma das ovelhas da selecção neo-zelandesa, Jackson Black, ter sido impedida de participar na maratona das 5 tosquias depois de um dos testes anti-doping ter revelado uma substância proibida, utilizada para favorecer o crescimento da lã.

Problemas não suficientes para manchar o ouro português, a concretização de uma esperança e a confirmação do talento dos seis atletas que, acompanhados em peso pelo público acordado, baliram emocionados o hino nacional.

Raposinho Lopes Galinha, enviado especial "Lana Caprina" a Beja.

Política Económica e Social da U.E., 11 Abril 2008

Compal meets Maquiavel

El-rei D.Ananás perde a batalha de Ice Tea no Verão de 78 a.C.. As suas tropas, chefiadas pelo General Banana da Madeira, foram massacradas pelas linhas da frente de D. Kiwi (o filho do recém-assassinado D. Pêra do Oeste), conduzidas pela brilhante mente estratégica de Mel Melocotón, mercenário anteriormente ao serviço de Framboesa do Sul, o agora Papa Fru-Fru II. Esta batalha, desencadeada pelo envenenamento do irmão de D. Ananás, o Duque de Maçã Reineta, veio a ficar na História como um dos maiores sumos de fruto de sempre.


Hist. das Ideias na Europa Contemporânea, 11 de Março de 2008

sábado, 26 de abril de 2008

Eu também

Estava a ver o "Corredor do Poder" - uma vez apanhei por acaso o Herman José no programa a dar um baile de política àqueles "jovens políticos" e desde então que mantenho a esperança em conseguir um momento igual, mas não tenho tido sorte - e o convidado desta semana era o Otelo. Esse. O Saraiva de Carvalho.

Como habitual, notando um tique já sou incapaz de me concentrar naquilo que a pessoa está a dizer - as aulas e as amizades que isto já me custou e continua a custar. Ora, de vinte e tal minutos, lembro-me das primeiras frases (a propósito do 25 de Abril ter falhado se as pessoas não tivessem vindo para a rua). O problema foi quando o tique apareceu.

Tinha falhado se as pessoas não tivessem vindo para a rua. PÁ!

O Otelo mete PÁs em tudo o que é frase.

Mas qual é a desta geração?

Metem PÁs nas frases todas. E não é uns PAHs cheios de florzinhas à séc. XXI e messenger.

É uns PÁs a sério, com acento grave e tudo.

Pá, pá, pá, pá, pá, pá...

Não querendo discriminar

Mas acham bem que a TVI tenha um fanhoso a comentar o Benfica-Belenenses?
"Ah mas ele não é bem fanhoso, é só muito (mas mesmo MUITO) nasalado e tal..."
É fanhoso, pah! Fanhoso, fanhoso, fanhoso.

Melhor. Spam. De Sempre.

Isaev

13:36 (6 horas atrás)

Give her a meaner leaner wienner for dinner makes the wiener's owner a winner. http://www.peuiwaop.com/

a notícia do dia

Então o Paulo Bento cortou o cabelo?!

Não me parece nada bem.
Anda uma pessoa a promover a adopção do penteado pelo país fora e a figura maior do Comité de Protecção e Promoção do Risco ao Meio com Divisão Triangular ao Nível da Franja faz-me uma destas.
Estou aborrecida.
Só falta o Francisco George também cortar o cabelo.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

será?

Eu não queria estar a criar grandes expectativas, mas...

Tou com um bom pressentimento quanto a isto.


Espero para ver.
Não tenho mais nada a acrescentar senão o ter visto, à frente de uma IURD (Igreja Universal dos Bimbos do Reino de Deus) um brasileiro de fato cinzento - claramente membro da mesma - a discutir com uma freira, que foi uma daquelas imagens que me marcou.

Ah. E uma jeová de cabelo pintado na cabeleireira do bairro e dentes em bico tentou meter conversa comigo com um muito triste "olá menina, lembra-se de mim?".
Pequena sugestão amigos (não levar a sério, não levar a sério) jeovás: para tentar captar a atenção das pessoas optem por uma coisa mais do género "boa tarde, o sr. presidente da república acabou de me telefonar e pediu-me para lhe transmitir..." ou "já ouviu falar nos moto-ratos de marte?".

Mil vezes que veja isto, mil vezes que vou rir e lembrar-me que é nestas alturas que é bom ser portuguesa. O insólito, o insólito...

Joaquim mete nojo de Almeida e Accorsi aflitivamente possuído pelo João Reis à parte.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

o cão azul superou-se


Desta vez foram rápidos. Muito rápidos. x)


Capaz de resolver todos os problemas da RTP, do governo, da economia nacional.
Ora acompanhem-me.

Juntávamos a Clara Pinto Correia e o Nuno Markl e faziamo-los dançar. Depois...epah...basicamente é isso. Durante duas horas e meia.

O programa era um sucesso esmagador de audiências.
Ficava a RTP e o Estado a ganhar.
Aproveitava-se algum lucro para começar a investir nas coisas de que este país precisa.
Os espanhóis surpreendidos com o emergir de Portugal, vinham cá investigar o que se passava. Depressa chegavam à fonte dos lucros.
Importavam o formato.
Ganhávamos mais algum. Depois de Espanha, América Latina. Depois da América Latina, Estados Unidos. Daí, Canadá, Austrália, Reino Unido, África do Sul. África do Sul, restante África. Do Reino Unido, Europa e países do Médio Oriente e do Magrebe. Da Europa e Médio Oriente, Rússia. Da Rússia, países asiáticos.
E com toda esta exportação de formato, e como detentores do pior par de dança de sempre (o que nos permitia sair sempre a ganhar) ficávamos milionários e de problemas resolvidos.
Clara Pinto Correia, Nuno Markl, RTP, José Sócrates, país. É favor chegarem-se à frente.

Yeah, right...

Segundo o Metro (o jornal, aperitivo matinal) "Saramago vai ignorar o acordo ortográfico".

Chamem-me antiquada. Para mim, por mais gratuito que seja, ainda espero que a equação se mantenha: jornal = notícias.

Mala de pano, calças de ganga à boca de sino a varrer o chão, All-Star.

É a última, a ÚLTIMA vez que saio de casa sem um escafandro no porta-moedas.

quinta-feira, 17 de abril de 2008


portas travessas

Eu não acho nada bem que a meio de uma conferência o Miguel Portas olhe para mim e se parta a rir.
Será que ele me viu a tentar descer uma escada rolante para subir em S.Sebastião, tão mergulhada que ia nas minhas conjecturas?
Será que ele me viu a cair depois de ter entrado na primeira fase do sono a andar?
Será que ele me viu a juntar os pés descalços, olhá-los aterrorizada e suspirar de alívio depois de contar os dedos?

Nah...provavelmente foi só coincidência.
Lembrou-se de uma piada ou assim enquanto olhava para mim.
O que, bem vistas as coisas, continua a ser MAU.

pffff

Contam-se pelos dedos de uma mão os jogos de futebol que tive paciência para ver inteiros.

Assim de repente lembro-me do Portugal-França no Euro2000, do Portugal-Inglaterra no Euro2004, do Portugal-Inglaterra no Mundial da Alemanha, deste último Sporting-Benfica.

domingo, 13 de abril de 2008

Basil sou eu

sábado, 12 de abril de 2008

- "Sabes quando fazes limpezas e metes o pinguim na rua e assustas alguém que te vai visitar porque vira a esquina e dá de caras com um pinguim de óculos escuros com um ar feliz a apanhar banhos de sol?"

- "Err...não."
- "Pois."

O meu momento gajo d'alfama

Hoje, enquanto dava largas à psicobatata dentro de mim e retalhava o acompanhamento do almoço, a assistir ao Jornal da Tarde da SIC.

Os convidados em estúdio sucedem-se na cadeira preta do convidado.
Rui Santos, duque de barrote.
Milu, a 'nistra da Educação (juro que não sei o que se passa comigo hoje).

Levanto a voz, afino e atiro indignada para o ar:

"Estes gajos, naquela cadeira, era arranjar um spray de hemorróidas e nunca mais ouvias falar deles."

O ar com que fui julgada fez-me voltar com mais afinco ao meu batatacídio.
Talvez tenha sido o cheiro a óleo de fritar ou a faca com cabo de madeira ou assim. Não sei.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Descobre o erro

No autocarro, senta-se um senhor ao meu lado.

Camisa à risquinha, casaco e calça castanha, visual professor de História, 50 e quase sessenta anos, barba e cabelo branco disfarçado de grisalho.
Dignidade da ponta do cabelo à ponta do sapato.
Pasta de couro cabedal pele, claramente de qualidade.
Tira o estojo dos óculos do bolso do casaco e tira-os do estojo. Um estojo daqueles que fazem eco quando se fecham.
Põe a pasta sobre os joelhos, abre e tira qualquer coisa.
Impressionada com aquela dignidade, arremelgo o olho para o que o senhor tirou da pasta (na verdade os olhos porque, felizmente, ainda nenhum se lembrou de reinvidicar autonomia, estando por enquanto condenados a virar-se em direcções idênticas). Arremelgo o olho para o lado à espera de ver o Financial Times ou o Le Monde Diplomatique para papar uns títulos. Eu sei que é feio e detesto que mo façam, mas no autocarro, à falta de melhor, sempre entretém ir espreitando por cima deste ou daquele ombro.
É um livro.
Só consigo ver a ponta da capa e voo logo:
"Ena pah, a biografia do Churchill. Porreiro pah. Chique a valer, sim senhor."
A mão do senhor desvia-se, naquele segundo entre equilibrar o livro e abri-lo:
"Não...o Churchill não era louro nem usava colares de pérolas...tu queres ver..."

Enfim...serve o presente para expressar a minha surpresa parida do meu total desconhecimento quanto à possibilidade de indíviduos com aquela dignidade e óculos de armação fina dourada devorarem à velocidade a que pude comprovar a biografia da princesa Diana pela Tina Brown. Tudo bem. Por mim, tudo bem. O senhor era mesmo digno. Pah.
Nem pestanejou quando saiu e lhe fiz um aceno de cabeça royal de fazer pudins verdes, com os dentes, os lábios e tudo o que houvesse projectados para fora num imperial balão de pastilha elástica que acabou por rebentar com o aceno deixando um bonito efeito de union jack em degradé do meu nariz ao meu queixo.




Solução: fácil. "Chique a valer" é uma daquelas coisas que não me passa pela cabeça por dá cá aquela palha. Oh...afinal são dois erros.


(e peço desculpa mas vou adoptar este método para chamar todos os meus amigos, conhecidos e, ocasionalmente, um ou outro desconhecido)

Cansada, TÃO cansada...

Tão depressa sonho com o Apocalipse como comigo de pantufas no autocarro, o que, bem vistas as coisas, dá tudo no mesmo.

domingo, 6 de abril de 2008

Duas coisas

1. O Expresso deste fim-de-semana só me veio confirmar uma coisa de que já tinha a certeza portanto não precisava de confirmação mas dupla confirmação nunca é demais quando se tem uma certeza: tenho inveja da malta das PF. A sério. Mesmo que não ganhem para comer. Invejo-os.

2. Que nos átrios das entradas dos hospitais haja..."arte" em exposição e para venda, não me parece novidade. Já tinha visto no Sta. Maria e descobri agora que o Amadora-Sintra também tem. Óptimo para entreter a vista enquanto se espera e já se leu tudo o que havia para ler nomeadamente jornais grátEs com todas as notícias sobre Sintra. Agora que uma das peças em exposição seja uma "mini-instalação" com um acidente, dois carrinhos espatifados num cruzamento e um gajo (aka bonequinho da playmobil) a esvair-se em sangue de guache cá fora...
MAU GOSTO. A sério. Isto é um caso muito grave de péssimo mau gosto, o tipo de coisas que está no sítio errado num átrio de hospital. Ou de um terrível sentido de humor, pensando duas vezes, uma espécie de souvenir daquela passagem pelo hospital... Não.
É mau gosto, mesmo.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Só posso dizer que fui tão apanhada de surpresa quando vi isto por acaso no jornal da RTP2, como notícia de 1 de Abril, que dez minutos de riso depois ainda tinha lágrimas a escorrer pela cara.

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