segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Eu gosto de Portugal.

Muito.
Um dia depois de ser noticiado o problema das dioxinas na carne de porco irlandesa, vi uma coisa no meu percurso de autocarro que, estive vai-não-vai, para me levantar e começar a bater palmas. Só não partilhei aqui mais cedo no blog porque queria tirar uma fotografia: palavras, seja qual for o valor delas, jamais poderão exprimir a grandiosidade tuga daquilo que vi. Hoje consegui tirar a fotografia mas, por culpa do pé pesado do sr. motorista do autocarro, uma curva manhosa e um farfalhudo conjunto de árvores, a fotografia não faz justiça ao esplendor da imagem.

Muito bem: basicamente, na saída da Calçada de Carriche para a Póvoa de Sto. Adrião a estrada passa atrás de meia-dúzia de casinhas. Todas têm um piqueno pátio, um estendal, uma mini-varanda ou uma marquise improvisada com cartazes fanados à Malaposta. Ora, o que eu vi na última casa dessa fila foi...na varanda, por cima do estendal, um fumeiro. Dezenas de chouriços pendurados por cima da roupa.
Houve um gajo, um gajo qualquer à mesa a ver as notícias na TVI, a palitar os dentes, com uma camisola interior daquelas furadinhas de alças e, muito provavelmente bigode, um gajo iluminado que, ainda antes do Expresso noticiar que já papamos 600 kg de enchidos contaminados, decidiu que estava na altura de fazer aquilo que nós portugueses fazemos melhor: a arte do desenrascanço. Arranjou o seu próprio enchido. E...epah. É bonito.
Especialmente porque uma varanda aberta, à beira de tudo o que é fumos de escape, em tempo de intempérie e muita ventania, a funcionar enquanto fumeiro, é arrojado. No mínimo.
E o cheirinho que fica na roupa? Tentem lá arranjar um Quanto ou um Confort de Paio de Arganil a ver se conseguem.


1 Comment:

  1. Violeta said...
    EPA!Por onde começar? Só posso ser cliché e dizer... só em Portugal. Um fumeiro no estendal.Demais.

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