segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Em 2008 eu vou (evoluir?) ...

* Começar a falar como o Joe Berardo.
* Tratar toda a gente como se fosse, de facto, o Joe Berardo.
* Gastar mais dinheiro em roupa e menos em livros.
* Deixar de comprar roupa em sítios onde tenho de lutar com uma adolescente maior do que eu para conseguir o último S [nota: garantir que continuo a vestir S].
* Subornar o examinador de forma a garantir que não tenho a minha fotografia nas escolas de condução a banir-me para todo o sempre daquelas instituições, mas sim que "ok...quase que nos matou naquela rotunda, esqueceu-se da luz indicadora de mudança de direcção lá atrás, aquela velhota é capaz de ter ficado com uma perna partida, mas...passou".
* Gastar menos dinheiro em chocolate amargo [que, note-se, é o mais caro] e mais em peças de fruta [maçãs, ..., maçãs,..., maçãs].
* Deixar de ter "vícios" e passar a ter "gostos".
* Deixar de ter "obsessões" e passar a ter "interesses".
* Convencer velhotes mulatos sem-abrigo que sou neta do Mário Soares.
* Ter aulas de defesa pessoal.
* Recomeçar a escrever.
* Acabar os contos de fadas que começo.
* Não ser egoísta e oferecer os contos de fadas que acabei às primas mais novas.
* Deixar de tentar explicar que escrevo frases bonitas e não histórias.
* Arranjar uma t-shirt com isso escrito.
* Acabar de ler, finalmente, o Ulisses e Mein Kampf.
* NÃO comprar Lobo Antunes (conferir mal que faz à minha saúde mental [conferir ironia da situação]).
* NÃO comprar Saramago (conferir edições e preços convidativos pós-morte).
* Deixar de conferir coisas só porque me lembro delas.
* Esquecer tudo o que alguma vez soube sobre LotR e HP e ocupar esse espaço com filosofia e política.
* Deixar de cantar quando estou sozinha em casa.
* Deixar de berrar "we eat ham and jam and spam a lot" quando estou sozinha em casa a preparar o almoço.
* Deixar de rir quando sou a única a rir.
* Deixar de conversar comigo mesma.
* Passar mais tempo com os meus amigos e menos a falar sozinha.
* Não ter a mania que sou mais que os outros.
* Ser realista.
* Não deixar ver que penso que sou mais que os outros.
* Passar 365 dias sem imitar o Mick Jagger a dançar.
* Passar 365 dias sem dançar, absolutamente.
* Passar 365 dias sem dizer "porreiro, pah".
* Passar 365 dias sem, sempre que me peçam para fazer alguma coisa, eu me desculpe com (liga voz Sócrates) "oh que maçada, logo agora que (agarra no dicionário) comecei a ler este volumoso livro".
* Anotar tudo o que me passe pela cabeça antes de adormecer.
* Não anotar o que me passa pela cabeça em livros de outros autores. A caneta.
* Deixar de me irritar com pessoas que dizem "Almarze", "selada", "Sócras" e um ou outro "escangalhado".
* Não entrar em pânico sempre que uma criança se aproximar a sorrir na minha direcção.
* Comprar meias novas.
* Comprar meias novas berrantes.
* Não me irritar com aquela mulher vestida de preto na paragem que berra para toda a população num raio de 50km os problemas com a cunhada que a quis matar com um ferro de roupa.
* Ser compreensiva (o que é um tímpano furado, se a senhora tem consultas no Júlio de Matos?).
* Ter mais cuidado e não provocar gente com problemas mentais.
* Não provocar ninguém, só por precaução.

* Não acumular bilhetes de autocarro no porta-moedas e talões de multibanco e de compras na carteira.
* Escutar mais, falar menos.
* Prestar atenção quando falam comigo.
* Comer tudo o que está no prato.
* Comer verduras.
* Acreditar que ainda é possível superar o metro e quarenta e nove.
* Não dizer a mais ninguém "já te disse que fiz a minha prof. de PPE chorar?"
* Não contar a mais ninguém que estive a meio metro do Terry Jones.
* Deixar de utilizar "yah" e "sim, sim" e passar a utilizar "com certeza", "certamente", "absolutamente", "sem sombra de dúvida" e "concordo".
* Manter o cabelo com um aspecto limpinho e não com um aspecto caixote do lixo.
* Mudar finalmente de visual. Mais propriamente a nível de cabelo.
* NÃO cantar em público: Philosophers Song, Camelot Song, Urban Spaceman (Python em geral), Marcha do Pião das Nicas, Meia-Dúzia (Carlos Paião em geral), genérico do Tal Canal, Bamos Lá Cambada (Herman José em geral), Anita não é Bonita, Um Grande, Grande Amor, No dia em que o Rei fez anos (José Cid em geral), os instrumentais/genéricos de Star Wars, 007, Senhor dos Anéis, Harry Potter, Sopranos, Diz Que É Uma Espécie de Magazine, Six Feet Under, etc e tal. Ah. E coisas que passaram pelo Festival da Canção. Tudo o resto é permitido.
* Não fazer cenas que me possam envergonhar mais tarde quando vir "FUTURAMA - O FILME".
* Deixar de me referir ao filme como "FUTURAMA - O FILME", evitar especialmente o enfâse dado a "O FILME".
* Sempre que ouvir a palavra "Britain" não repetir imediatamente como a voz-off de Little Britain: "BRITAIN! BRITAIN! BRITAIN!".
* Nunca, mas NUNCA MAIS, cantarolar "Capiitãão Iglo!" sempre que o Luis Amado, MNE, aparecer na televisão. Importante evitar isto especialmente se me cruzar com o sr. ministro na rua.
* Escrever um mail irritado ao Sr. Provedor da RTP Sua Excelência Paquete de Oliveira a pedir para substituirem os episódios de Mr. Bean por outra coisa qualquer (britcomem aquilo à vontade) ou pelo menos arranjar episódios novos.
* Não cumprir nada do era uma certeza em 2007.

PS. Pronto..pronto..feliz 2008.

sábado, 29 de dezembro de 2007


Para a passagem de ano...

Inveja é coisa feia

Ima:
Para o ano vou ter aulas com o Ricardo Araújo Pereira.


[Silêncio]
[Silêncio]
[Silêncio]

Eu, calmamente:
Desculpa lá, acho que vais ter de repetir isso outra vez.

Ima:
Para o ano vou ter aulas com o Ricardo Araújo Pereira.

Eu, a rir:
Outra vez.


Ima:
Para o ano vou ter aulas com o Ricardo Araújo Pereira.

Eu, ligeiramente histérica:
Outra vez.

Ima:
Para o ano vou ter aulas com o Ricardo Araújo Pereira.

Eu, incrédula:
Epah, não acredito. Só mais uma vez.


Ima:
Para o ano vou ter aulas com o Ricardo Araújo Pereira.


Eu:
Mas COMO meu Deus, COMO???

Em Sintra, no autocarro.
Eu, a remexer no porta-moedas à procura de tudo o que ali houvesse, tendo em conta que acabaria por ser mais barato ir de jacto:
- Um bilhete para o Almargem, por favor.

O outro interveniente, o que conduz o monstro:
- Disse Almarze?

Eu, distraída com aquele cêntimo a fugir para o fundo, mas suficientemente desperta para lhe chamar a atenção:
- Sim, sim. Para Al-mar-gem, por favor.

O outro interveniente, o que cobra as pepitas de ouro que servem de bilhete:
- Disse Almarze?


Eu, sem saber se as minhas poupanças de um ano chegariam:
- Sim, sim: ALMARGEM. Quanto é o bilhete?

O outro interveniente, que deve trazer a caverna do Ali Babá no tímpano:
- Para o Almarze?


Eu, finalmente com atenção suficiente para me irritar:
- SIM! Quero um bilhete para o ALMARGEM! AL-MAR-GEM! AAAL-MAAAAR-GEEEEEM! ALMARGEM.

O outro interveniente, sorrindo benevolente perante a impaciência destes jovens de hoje em dia:
- Muito bem, um bilhete para o Almarze.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

coliseu de roma preco dos bilhetes
14,20€. De nada.

comeso do futebol
O futebol moderno, como o conhecemos, delineou-se no séc. XIX em Cambridge. Tendo em conta “comeso” em vez de “começo” convém também explicar que Cambridge é uma universidade inglesa, das mais reputadas a nível mundial.

remedios para olheiras
Rodelas de pepino. Batata. Dormir. É capaz de ajudar. Senão…cremes à base de vitamina K. De nada.

quando comesou a moda
Com a expulsão do Paraíso, com uma folha de parra.

o porque dos nove anos
Oito anos,…, dez anos. Nove anos. Faz falta.

tvi novos talentos manuel luis goucha e crestina
Hum…difícil. Acho que é Cristina e não “crestina”. A menos que esteja a sugerir que o manuel luis goucha anda a fazer tratamentos para a queda de cabelo. E ainda que a crestina seja um novo talento da tvi, o manuel luis já não vai exactamente para novo, sabe?

historia e geografia de portugal-quinto ano
Portugal
Portugal Continental, Arquipélagos dos Açores e Madeira. 92,080km2 de superfície.
Rios – Tejo, Douro, Minho, Guadiana, Sado, Mondego. O Mondego e o Sado nasce em Portugal. O ponto mais alto é o Pico, nos Açores. No Continente, a Serra da Estrela.
Faz fronteira com Espanha (1214km) sendo o restante costa (1793km).
A capital é Lisboa. Outras cidades importantes são o Porto, Coimbra, Faro, Braga, Évora.

História.
Celtiberos.
Romanos.
Suevos e Visigodos.
Árabes.
Mãe Castelhana + Pai Francês = Português (Afonso Henriques, o Conquistador)
Afonso Henriques, o Conquistador = espada grande, matou muitos, fundou Portugal em 1143. Portugal era nesta altura entre Douro e Minho, mais pedaço, menos pedaço. Guimarães era Portugal (o resto são conquistas).
Sancho I, o Povoador. Ninguém lhe liga muito. Não vale a pena.
Afonso II, o Gordo. O primeiro conquistou, o segundo povou, o terceiro comeu. (Bem, a verdade é que era doente, mas ninguém liga muito a isso). Criou o primeiro conjunto de leis portuguesas. Casou com a D. Urraca de Castela. É sempre bom referir isso, porque Urraca é nome mais sexy do séc. XIII.
Sancho II, o Capelo. O papa Inocêncio IV emitiu uma bula onde o depôs, considerando-o rex innutilis.
Afonso III, o Bolonhês. Irmão do Sancho. Convocou as primeiras cortes em Leiria. Conquistou o pedacinho que faltava para o Portugal como o conhecemos hoje, o Algarve. Os reis passaram a intitular-se “Rei de Portugal e dos Algarves”. Notar que aqueles gajos sempre estiveram um bocado à parte.
D.Dinis, o Lavrador/o Rei-Trovador. Uma espécie de Caeiro mas em tãããão aborrecido. Não preocupar, mais sete anos e conhece Caeiro. Mandou plantar o pinhal de Leiria, fez a paz com Castela em Alcanises, fundou a Universidade de Coimbra e foi casado com a Rainha-Santa Isabel, aquela do milagre do “são rosas, senhor”. Milagre que, curiosamente, também é atribuído a uma tia sua. Muito curiosamente.
Afonso IV, o Bravo. Um gajo, efectivamente, bravo. Fez guerra com o pai, fez guerra com o filho (D. Pedro), mandou matar D. Inês de Castro. Devemos-lhe uma história de amor trágico decente, de origem portuguesa.
D.Pedro I, o Justiceiro/o Cruel/o Cru. Nada de carroças que falam. O pai matou-lhe Inês. Arrancou o coração aos assassinos (com eles vivos, óbvio). Casou com Inês (morta) e coroou-a rainha (morta). Foi um dos reis mais populares. Natural, num país com quatro novelas por canal.
D.Fernando I, o Formoso. Publicou a Lei das Sesmarias. Lixou tudo. Quis ser rei de Castela, devia casar com uma Leonor, apaixonou-se por outra Leonor, mulher de um cortesão. Anulou a primeira Leonor, casou com a segunda e ninguém achou muita piada. A novela continuava. No episódio seguinte, a filha dos dois, D. Beatriz, foi prometida ao rei de Castela (Portugal seria assim anexado). Mas há mais. D.Fernando morre, D.Leonor assume a regência, apoiada no Conde de Andeiro, mais ou menos recente amante. Ninguém gosta dela. Nem do Conde, que acaba por morrer às mãos da vontade dos lisboetas numa manobra maquiavélica, mas de mestre (conferir crónicas de Fernão Lopes). D.João, mestre de Avis, filho ilegítimo – no teste usar bastardo – de D.Pedro (de quem toda a gente gosta/va) proclama-se rei. D.Beatriz e o rei de Castela reclamam os seus direitos sobre Portugal. Três reis, nenhum no governo, portanto. Anarquia, amigos. Um Portugal fascinante. Esta é a crise de 1383-1385. Termina com a ascensão de D.João (de quem todos gostavam) ao poder (correndo D.Leonor a pontapé, quase literalmente) e a batalha de Aljubarrota (correndo com os castelhanos à pazada, literalmente). O mestre da estratégia do quadrado (que pode parecer coisa de recreio, mas é na verdade uma engenhosa armadilha) nesta batalha foi o Condestável D.Nuno Álvares Pereira (o Condestável é uma abreviatura de “Condestável Protector do Reino”). Ala dos Namorados é o nome de uma das alas do exército português, recordada por ter resistido bravamente mas acabar esmagada já no final da batalha. Portugal irónico.
D.João I, o de Boa Memória. Não, nada a ver com boas capacidades cerebrais. Quer dizer que deixou uma boa memória de si mesmo. Como visto, veio pôr ordem na coisa. O Tratado de Windsor firmado com Inglaterra deu origem à mais antiga aliança política ainda em vigor (pensavam que os reformados ingleses vinham para o Algarve só porque sim?). Casou com D.Filipa de Lencastre, inglesa. Os seus filhos ganharam com Camões o epíteto de “Ínclita Geração”. Quer dizer que eram todos “special ones”. Todos. Temos o D.Duarte (o próximo rei), poeta e escritor, o D.Pedro, que hoje seria o que temos por “tipo culto e viajado”, D.Fernando, um desgraçado que morreu refém dos árabes, uma espécie de mártir pagão, a D.Isabel, refinada, elegante, mecenas, mas um bocado feia e, claro, D.Henrique, o percursor dos Descobrimentos. Descobrem-se os Açores e a Madeira. Não há certezas se esta última deve ser recordada como boa ou má. Conquistou Ceuta.
E acho que é tudo. Os Descobrimentos já estão no 6º ano. Pelo menos, no meu tempo estavam.

como meter uma girafa no frigorifico
Eu digo, eu digo, eu digo! Posso? Abre-se o frigorífico, tira-se o elefante e põe-se a girafa lá dentro.

francês 11ºano
- Aqui não é nada, disse ele. O Inverno em França é uma estação doce. Na minha terra é bem duro. Muito. As árvores são abetos, as florestas cerradas; a neve é pesada por cima delas. Aqui as árvores são finas. A neve no seu topo é uma renda. Na minha terra pensamos num touro robusto e poderoso, que precisa da sua força para viver. Aqui é o espírito, o pensamento subtil e poético. Le Silence de la Mer, traduzido por mim. Agradecei-me, tive vinte nessa tradução.

a mensagem que me fez chorar
“’tá aqui um aston martin, vou dar uma voltinha”

claudio ramos insultado no fatima
Foi? Não sabia. Mas, assumamos, o Cláudio Ramos é um insulto a ele próprio.

frases bonita sobre vandalismo
“O vandalismo é as ondas do meu mar.”
”Sem o vandalismo, o meu céu não tem sol”
“Conheci as estrelas no céu e todas elas tinham o teu nome, vandalismo.”

gato fedorento -tenho que virar a minha vida de pernas para o ar
E foi o que eles fizeram.

modelos de frases literarias com pedidos de desculpas comercial
Er..? Uh?
“Então Godofredo, que limpava a testa com o lenço de seda, sorriu também, de leve, passando logo pelo bigode o lenço, escondendo o sorriso... Depois examinou a correspondência, que o guarda-livros continuava a polvilhar de areia.
- Sabe…nunca quis dizer aquilo. As minhas sinceras e humildes desculpas. Espero que isto não interfira na nossa magnífica relação comercial. Prometo-lhe que lhe compro duas remessas de lenços finos de Macau.”

frases bonitas e pensamentos biblioteca
“A biblioteca é as ondas do meu mar.”
”Sem a biblioteca, o meu céu não tem sol”
“Conheci as estrelas no céu e todas elas tinham o teu nome, biblioteca.”

que horas passa floribella? 2207
Das oito às dez e das seis à oito. No dia 22 do 7.

floribella 2 o episodio de hoje 30/10/07
Flor chora porque o príncipe não vestiu as calças Agata Ruiz que Flor lhe tinha oferecido e que eram uma prova do seu amor. Entra a governanta alemã que lhe ralha por Flor não ter levado os meninos à escola. A governanta repara nos soluços de Flor e altera-se, instando-a a não chorar mais, porque ela era melhor do que aquilo. O actual príncipe não tinha classe para Agata Ruiz. Flor diz que sim, levanta-se, limpa as lágrimas e abre a porta decidida a não pensar mais no actual príncipe [que, ao que consta, já não é o Fritzcoiso]. No corredor, o actual príncipe beija a mãe da antiga noiva do Fritzcoiso [daqui em diante, referida como mãe]. Flor corre para as escadas a chorar, cai, rebola pelas escadas e fica inconsciente. O actual príncipe larga a mãe, corre e vê Flor inanimada ao fundo das escadas. O actual príncipe desespera, chora e pede perdão a uma Flor inanimada que pisca levemente os olhos. A ambulância cerca de dez segundos depois do acidente e o actual príncipe carrega-a ao colo até à ambulância. Nenhum dos enfermeiros ralha. O que é um pescoço partido perante audiências? E agora? Será que Flor vai acordar do coma? Será desta que o actual príncipe acaba o romance com a mãe e casa com a Flor?

o meu canario anda doente
Aposto que, por outro lado, o seu novo gato anda de perfeita saúde.

marca do fato-de-treino do ajax 07/08
Adidas. Não Ardidas, nem Odidos, nem Acliclas. Adidas mesmo.

como fazer a cadeira egg
Se quer garantir o conforto, aconselho-o/a a comprá-la e não a fazê-la. O design não permite grandes trabalhos manuais.

vizinho irritante
Sim, admito que perdi um bocado as estribeiras no Verão de 2005 quando eram três da manhã e estavam a ouvir fado em altos berros. Mas fora isso, são uns vizinhos muito decentes e bem-educados.

sempre pijama
SEMPRE! Quem me tira o meu pijama, tira-me tudo.

frases bonitas sobre nokia
“A Nokia é as ondas do meu mar.”
”Sem a Nokia, o meu céu não tem sol”
“Conheci as estrelas no céu e todas elas tinham o teu nome, Nokia.”

bar stripper barreiro
Nop. Não consegui encontrar. Sorry.

blog belmiro de azevedo
O Miro não tem um blog. Já o Paulito é capaz.

doença do belmiro de azevedo
Chama-se “capitalismo”.

find maddie wally
Preocupava-me mais se tivesse pesquisado “find maddie wall”. Era capaz de telefonar para a polícia e perguntar se já ponderaram a possibilidade.

mensagem para pré-adolescente
“Estás prestes a viver a fase mais parva e embaraçosa da tua vida. Certifica-te que não ficam registos.”

aprendendo ver hora
Uma verdadeira perda de tempo.

pinguins em peluche
Tenho. Tenho! =) Queria que ficasse Markl Terence Cohen, mas graças a uma certa identidade o animal já só responde por Jonesy.

camisas de flanela
Pescadores, Dina e o “Amor de Água Fresca”. As referências supremas para as camisas de flanela.

curso especifico de conducao de autocarros
Sugerem-se escolas na Palestina, Perú e Alpes.

coisa gira
Eu a cantar.

coisas pra fazer com a gripe
Rever os filmes da Disney da nossa infância. Ler todos os livros que estiverem em lista de espera. Leite com chocolate quentinho. Telefonar a toda a gente, a choramingar porque “estou doente”.

programação tvi 18 de agosto de 2007
Beeem…não sei, mas posso fazer uma ideia.
05:00h – Televendas
07:00h – Batatoon
08:00h – Eddie McDowd
09:00h – Eddie McDowd
10:00h – Você na TV
13:00h – Jornal da Uma
14:00h – Inspector Max
15:00h – Inspector Max
16:00h – Quem Quer Ganha
18:00h – Morangos com Açúcar Férias de Verão
20:00h – Jornal Nacional
21:00h – Doce Fugitiva
22:30h – Novela com a Alexandra Lencastre
23:45h – Novela com actores saídos dos Morangos e que ninguém quer
00:30h – House
01:45h – House
02:50h – Cartaz das Artes
03:30h – Dawson’s Creek
04:30h – Toca a Ganhar

mensagem de uma pessoa triste
“Eu vejo demasiada televisão nas férias…”

mensagens de natal de pai para filha
“Feliz Natal filha”

mensagens de natal pra filho
“Feliz Natal filho”

o que nao deve fazer um passageiro dentro de um autocarro
Explodir.

jeovas celebram natal?
Nãão!! ^^

Férias? Onde?

Now then, about the holiday..
Yes, I've been on package tours many times before so your advert really baught my eye.
Good, jolly good…
What's the point of going abroad if you’re just gonna be treated like a sheep? Carted around in buses, surrounded by sweaty mindless oafs from Kettering and Boventry
Absolutely…
…in their bloth baps and their cardigans and their transistor radios bomplaining about the tea, 'Oh they don't make it properly here do they?' stopping at endless Majorcan bodegas, selling fish and chips and Watney's Red Barrel and calamares and two veg and sitting in cotton sun frocks squirting Timothy White's suncream all over their puffy raw swollen purulent flesh cos they 'overdid it on the first day'!
Yes. I know just what you mean…
…and being herded into endless Hotel Miramars and Bellevueses and Bontinentals with their international luxury modern roomettes and swimming pools full of draught Red Barrel and fat German businessmen pretending to be acrobats and forming pyramids and frightening the children and barging in to the queues and if you're not at your table spot on seven you miss your bowl of Campbell's Cream of Mushroom soup, the first item on the menu of International CuisineAbsolutely.
Now…
… and every Thursday night there's a bloody cabaret in the bar featuring some tiny emaciated dago with nine-inch hips and some big fat bloated tart with her hair brylcreemed down and a big arse presenting Flamenco for Foreigners.
Would you be quiet, please?
And adenoidal typists from Birmingham with flabby legs and trying to pick up hairy bandy-legged wop waiters called ManuelBe quiet.… and once a week there's an excursion to the local Roman remains where you can buy cherryade and melted ice cream Would you be quiet?…and bleedin' Watney's Red Barrel
Shut up.
…and one night they take you to a typical restaurant with local atmosphere and colour and you sit next to a party of people from Rhyl who keeps singing 'I love the Costa Brava,
Shut up!
I love the Costa Brava’ and you get cornered by some drunken greengrocer from Luton with an Instamatic camera and last Tuesday's 'Daily Express' and he goes on and on and on about how Ian Smith should be running the country and how many languages Margaret Powell can speak and she throws up all over the Cuba Libres. Then spending four days at Luton Airport on a five-day package tour but dry, British Airways-type sandwiches.
SHUT UP!
...you can’t even get a glass of Watley’s Red Barrel. ‘Cause you’re still in England and the bloody bar closes everytime you’re thirsty. And the kids are crying and vomiting and breaking the plastic ashtrays. They keep telling you it'll only be another hour. They know damn well your plane is still in Iceland. They had to turn back and take...Shut Up!To take a party of Swedes to Yugoslavia before they load you up at 3 a.m. in the morning and then you sit on the tarmac for hours because there are 'unforeseen difficulties'. i.e. the permanent strike of Air Traffic Control in Paris. When you finally get to Malaga airport everybody's queuing for the bloody toilet. Queuing for the bloody armed customs officers and queuing for the bloody bus that isn’t there waiting to take you to the hotel that hasn’t yet been built. When you finally get to the half built Algerian ruin called the Hotel Del Sol by paying half your holiday money to a licensed bandit in a taxi, there's no water in the pool, there's no water in the bog, there’s no water in the taps. There's only a bleeding lizard in the bidet,…
SHUT UP! SHUT UP!
…and half the rooms are double-booked and you can't sleep anyway because of the permanent, 24-hour drilling of the foundations of the hotel next door. Meanwhile the Spanish National Tourist Board promises you the raging cholera epidemic is merely a mild outbreak of Spanish tummy rather like the previous outbreak in 1660. Even the bloody rats are dying from it.
As early as the late 14th century or indeed as late as the early 14th century the earliest forms of jape were divisible…
Meanwhile the bloody Guardia are busy arresting 16-year-olds for kissing in the street. And finally, at the last day in the airport lounge everybody’s buying little, awful, horrid donkeys with their names on and bullfights posters with their own names on like Antonio and Mr. Brian Pules of Norwich. And then finally, when you get to bloody Luton the flight’s grounded for bloody four hours till they find a plane to take you back to Manchester. And when you finally get to Manchester there’s only another bloody bus you have to wait 60 years for...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

sábado, 22 de dezembro de 2007

Fui só eu que reparei que quando o Sócrates fala (01:15) não há uma única pessoa lá atrás que NÃO consiga não rir? Senhores de gravata, crianças, ninguém resiste...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Oh. Foi agora.

Foi agora que perdi o sentido da realidade.
Fiz o almoço a cantar a Canção do Mar segundo a minha versão/voz de tenor.
Ocasionalmente parando para rir quando alguma palavra saía mais brilhante.
Felizmente, sozinha.
Com sorte só uma vizinha que se assustou ou assim.

Conto de Natal

Escrito a (...ora, três pessoas...) seis mãos na aula de Sistema Jurídico da U.E. Seis mãos, não, três pessoas a precisar de férias. A primeira parte. Porque 80% é da minha autoria, naquela meia hora tão produtiva de espera pelo autocarro. E uma parte no autocarro. A parte final é já de completo estado de alienação e inconsciência de sexta-feira à noite de última semana de aulas. Enfim. Insanidade. Absoluta. Fica aqui, tal e qual como foi escrito. Ah. E não há erros de ortografia ou contexto. Está mesmo como foi escrito.

Azul - Meu, Margarida.
Preto - Nice.
Vermelho - Inês.

Conto de Natal

Era véspera de Natal. E estava a nevar. Mas não estava frio.
Estava um calor desgraçado, uma calamidade assassina de idosos. Tempo estranho aquele, o do Inverno de 2025, neve e calor.
Os cientistas andavam muito atarefados, mas chegaram a uma conclusão antes do ano novo. Parecia que os acontecimentos resultavam de alterações climáticas. O mundo acreditou. O "Bâshe" não.
*FIM*
Não. O fim ainda não chegou. Certos cientistas com barbas estranhas e sem TV em casa, o Pacheco Pereira e um primo do prof. Marcelo que conhecia um senhor na NASA apregoavam o fim do mundo. Mas o fim ainda não tinha chegado.
Joaquim Panda, um génio português, estava no seu laboratório em Vichy quando um floco de neve lhe caiu no nariz. De facto, caiu-lhe o nariz.
"Tenho de mandar arranjar o tecto" pensou.
Voltou a olhar para a rena que estava a preparar para a consoada. Foi quando viu o nariz. Às 21:37 Joaquim Panda teve uma revelação chocante, a epifania científica do século. Aquilo não era neve. O céu estava a nevar. Era o apocalipse. Apenas se salvariam os jeovás. A humanidade estava condenada; os parolos perpetuariam a espécie.
Fulminado com a revelação, Joaquim Panda tirou as luvas de jardinagem e correu para a sala. Agarrou na lata e gritou:
"HEY! ESTÁS AÍ?"
Do outro lado, respondeu-lhe o seu velho amigo, o Papa Guterres IX:
"HEY! COMO VAIS?"
"BEM. OLHA, OS JEOVÁS CELEBRAM O NATAL?"
"AH? NÃO TE ESTOU A OUVIR. ESTOU A FICAR SEM FIO."
"OS-JEOVÁS-CELEBRAM-O-NATAL?"
"PASCOAL? NÃO, NÓS ESTE ANO VAMOS COMER RENA."
O braço de Joaquim Panda caiu. O buraco no tecto ainda era considerável. O buraco no céu não parava de crescer. Não havia tempo a perder. Joaquim Panda pôs o braço no sítio, calçou as botas de borracha, enterrou a cartola na cabeça e saiu à procura do amigo Piaf Pardale Lupin. Estudava as religiões do séc. XX, ele saberia a resposta.
Piaf Pardale Lupin estava no seu bungaloo, ou lá como se chama, no meio do Armazém (ilegível), sentado no seu "lazy boy" cor de vinho verde a ler o livro que a revista TIMES chamou de livro mais importante desde "Este Jesus que vos fala" da Santa Alexandra Solnado. O livro era da Mártir Mirita Vaz e o Dr. Lupin, como grande mente das religiões do séc. XX, lia e chorava baba e ranho.
Quando Joaquim Panda se aproximou levou com um pontapé nas virilhas dado pelo robot-guarda ou robota-guarda porque não se sabe...é uma daquelas she-male, muito em voga quando a Fac. de Direito despedia a sua mascote: Maria José Mesquita.
Agoniado com a dor, Joaquim Panda esqueceu-se por momentos do que o levara ali, perdido em reminiscências daquela que, fora um dia, tinha sido o grande amor da sua vida: Mª José Rangel de Mesquita: a Mimi. Nunca lhe perdoara o dia em que ela o trocou pelo maior latinus rocker da sua geração, Quintinus Juris. Ainda hoje não podia ouvir "Americanus eunt domus". "Americanus eunt domus, ne varietur, americani eti domum, americanus eunt domus"... Uma farsa.
De volta à realidade com um segundo pontapé, Joaquim Panda contorceu-se uma segunda vez com dores. O robot, já distraído a espancar o coro infantil de Sto. Amaro de Oeiras on tour pelas ruas de Vichy, foi prontamente esmagado com uma pá.
"Estúpidos robots" resmungou Joaquim Panda "quem me dera que aquele idiota do Joe Berardo nunca tivesse metido o nariz onde não era chamado."
"Era um bom robot" comentou Piaf Pardale Lupin assoando-se.
"Um idiota maníaco." Joaquim Panda voltou-se para Piaf Pardale. "Piaf, preciso da tua ajuda. Os jeovás celebram o Natal?"
Piaf corou, torcendo o lenço entre os dedos.
"Eu...bem, eu...eu não sei."
"Não sabes?! O que queres dizer com 'não sei'?! Fizeste o doutoramento sobre os jeovás e o Natal e estás a dizer-me que não sabes?"
Piaf vermelho, deixara cair o lenço, torcendo já e só os dedos.
"Eu...a culpa não é minha, Panda. A autora não sabe e não tem nenhum jeová por perto para perguntar."
"Francamente!" gritou Joaquim Panda "Não suporto esta autora! Que grande idiota. Teve aí umas seis oportunidades para dar a volta à história. E em vez disso, insistiu neste disparate sem imaginação."
Piaf desviou a Laura Bâshe insuflável do sofá, sentando-se.
"Tenta compreender" suspirou "a faculdade está a dar-lhe tanto que fazer...e, admitamos, há dois anos atrás tu e eu seríamos anjos a tentar salvar o mundo. Podíamos...podíamos..." Piaf estremeceu, respirou fundo e continuou "podíamos estar num daqueles contos de fadas dela."
Joaquim olhou Piaf.
Não digas isso" disse-lhe muito sério "não lhe dês ideias. Sabes bem do que ela é capaz."
Piaf olhou Joaquim.
"Ridículo!" gritou Joaquim "RIDÍCULO! Que espécie de conto de Natal é este?! Estamos há vinte linhas a discorrer sobre a autora. Cabra egocêntrica!"
"Panda!"
"Desculpa lá Piaf, mas acho que vou voltar para casa. Isto tornou-se num disparate. O Natal é suposto ser sobre amor, redenção, esperança, luz..."
Joaquim foi interrompido por uma luz intensa que vinha lá de fora. Piaf levantou-se e, seguido por Joaquim, espreitou pela janela.
"Será que o robot tinha o microondas ligado?"
"Não sei...não consigo ver nada. Mas já tínhamos ouvido o 'plim', não?"
"Sim, tens razão. Será que o Padre Putine conseguiu os fundos para o presépio? Era mesmo dele convencer uma estrela a passar a consoada num estábulo em Vichy."
"Só não entendo a música."
"Música?"
"Sim, não ouves? Será que Deus ainda vem à Terra antes de acabar com tudo?"
"Acabar com tudo? Do que é que estás a falar, Joaquim?"
"Não te disse? Foi por isso que vim aqui. O mundo vai..."
"HEY!"
Piaf e Joaquim saltaram, olhando sobressaltados para trás. A porta pendia, partida. À porta estava o que parecia um elfo mal-humorado do Pai Natal. Talvez fosse por estar vestido de cor-de-rosa.
"Conhecemo-nos?" perguntou Joaquim Panda levantando uma sobrancelha.
"Claro que me conheces!" gritou a criatura "Sou a autora, idiota! Caso não te lembres, eu apresentei-te como um génio!"
"A autora?" repetiu Piaf surpreendido "Desculpe, mas...mas...partiu-me a porta."
"E se te pões com picuinhices, parto-te o nariz."

Piaf recuou, aturdido. Não estava habituado a tão maus modos. A autora virou-se de novo para Panda, esticando-lhe o dedo. Panda olhava-a furioso.
"E tu, meu menino, que história é essa de me andar a chamar 'cabra egocêntrica' na minha própria história, hum?"
Panda enrubescido, brilhava de raiva. Piaf olhava-o, visivelmente preocupado. Panda abriu a boca, voltou a fechá-la e engoliu em seco. A autora cruzou os braços, encostando-se a um Hades laranja que escondia a velha lareira inútil, à espera de uma resposta. Subitamente a expressão de Panda alterou-se, começando a rir nervosamente.

"És tão idiota. Não vês que és mesmo uma cabra egocêntrica?"
"HEY!"
"Isto era suposto ser um conto de Natal e, agora, aqui estás, a meter-te na história."
"Seu...ah...que lata! Obrigas-me a vir aqui e ainda aproveitas isso."
Panda continuava a rir. A autora, desconcertada, tropeçou num aspirador com vestígios de uma recente explosão. Panda prosseguiu.
"Além do mais és muito idiota. Olha para mim e tenta ver o que está errado."
A autora fitou-o, franzindo as sobrancelhas. Realmente, algo não estava bem em Panda.
"Então?" sorriu Panda.
Arregalando os olhos, a autora corou até à raiz dos cabelos.
"Um nariz" Puseste o meu braço no sítio e não foste capaz de me devolver o nariz. Que estúpida. E o Piaf nem notou. Francamente, que péssima autora."
Piaf olhou para Panda como se o visse pela primeira vez.
"Panda? O que é que aconteceu ao teu nariz? Espera, vou procurar um. Acho que sobrou um do nevão passado."
Joaquim Panda sorriu triunfante.
"Obrigado" disse.
A autora fitou-o impassível, obviamente humilhada com a situação. Na cozinha, Piaf Pardale remexia em armários e gavetas.
"Ah! Achei!" gritou. Voltou à sala com uma bola vermelha luminosa."Não é muito discreto, desculpa, mas é o único que tenho, era da rena do ano passado. Muito tenrinha, por acaso. Devia experimentar aquele molho de novo."
Enquanto tagarelava passou-o para as mãos de Panda, que apertava os lábios, pálido.
"De nada" riu a autora.
Panda fechou os olhos, ajeitando o novo nariz. Piaf procurava a receita de molho do ano passado. A autora voltou a dirigir-se a Panda e ao seu luminescente nariz vermelho.
"Só para teres uma ideia de quem manda aqui" disse pomposamente. " E agora faz favor de continuar a história como deve ser".
"A HISTÓRIA É ESTÚPIDA, DEVIAS ESTAR A ESTUDAR, CHEGASTE NUMA NUVEM DE LUZ, FALASTE COMO SE DEUS ESTIVESSE A CHEGAR E CONTINUAS SEM SABER SE OS JEOVÁS CELEBRAM O NATAL!" berrou Panda impaciente, fazendo reluzir o seu nariz novo.
"Diz o que quiseres. Quem escreve a história sou eu e vais fazer o que EU quiser. Adeusinho. Adeus Piaf. Feliz Natal."
Desviando-se da porta partida, a autora desapareceu por entre a neve que caía agora mais impiedosamente do que antes. Piaf Pardale olhou inquisitivo para Joaquim Panda.
"E agora?"
"Bem Piaf, agora nós...Bem, basicamente temos de..."
Panda apertava o nariz, nervoso, irritado e confuso. Instalou-se um silêncio. Nervoso, irritado e confuso. De cima, veio um estalido impaciente da autora.
À porta surgiu um oficial inglês vestido de verde dos pés à cabeça.
"Não, não, não!" berrou Panda "Não envies o Chapman, nós conseguimos muito bem avançar sozinho."
O oficial recuou e desapareceu.
Joaquim Panda respirou fundo.
"Piaf, o mundo vai acabar. Não é neve que está a cair, é o céu que está a nevar, Piaf."
"O céu? O céu está a cair? Por Toutatis!" exclamou Piaf (Piaf Pardale Lupin estudava religiões do séc. XX, mas era um gaulês).
"Sim Piaf" continuou Panda "o céu está a cair. E a razão para eu querer saber se os jeovás celebravam o Natal ou não era porque tinha um plano. Só eles é que se vão salvar, sabes?"
"Porquê?" Piaf estava intrigado. O seu amigo não estava a fazer sentido.
"Bem, foi o que a outra autora disse. Só os jeovás. Acho que foi por causa da aula, das circunstâncias da aula." justificou-se Panda.
"A outra autora não está aqui. Podemos esquecer essa parte. Porque, como devias saber, todos os jeovás morreram há uns anos. Não sobrou nem um. Aquela história de equipararem a SIDA às vacas loucas, não era difícil adivinhar aquele final trágico...Alfama nunca mais foi a mesma." Piaf suspirou "Enfim. O mundo está a acabar, é véspera de Natal. O que é que podemos fazer para salvar o Natal? E o mundo. Claro."
Panda começou a caminhar em círculos à volta do globo que Piaf mantinha no centro da sala. Também pensativo, Piaf Pardale Lupin caminhou de mãos atrás das costas até à janela, espreitando de novo lá para fora
Passaram-se minutos nos quais aquelas duas mentes geniais fervilharam em silêncio à procura de uma ideia que pudesse salvar o Natal.
"Vamos por partes, Piaf." recomeçou Panda.
"Muito bem."
"Temos um problema. O que é esse problema?"
"A neve. A neve é o céu a cair"
"E porque é que o céu está a cair?"
"Apocalipse. O mundo está a acabar."
"E porque é que o mundo está a acabar?"
Piaf ficou em silêncio. Reticente, encolheu os ombros.
"Não sei. Deus está aborrecido? Ou a festa de aniversário de Jesus desta vez foi longe demais?"
"Hum. É difícil saber. Mas já vimos do que precisamos: de um milagre de Natal." afirmou convicto Joaquim Panda.
Piaf sentou-se numa pilha de livros poeirentos sobre o Elvis. Exasperado perguntou:
"Onde é que vamos arranjar um milagre de Natal a esta hora? Lourdes está fechado. Fátima está fechado"
"O Guty está sem fio." acrescentou Panda.
"Podíamos ajudar pobres e sem-abrigo" começou Piaf "mas os campos Chávez fecham às 20h."
"Onde é que vamos arranjar um milagre de Natal sem pobres?" exclamou Panda, surpreendido por nunca ter pensado nesse problema antes.
"Joaquim, é o fim. A autora está exausta, não dorme há noites. Só temos uma solução."
"Ler Dickens. Eu sei."

E é isso.

sábado, 15 de dezembro de 2007

"Oh. You have a penguin."

A minha vida é estranha.
Mas, vá lá…tive um Python a dizer-me “oh. You have a penguin”.
É uma daquelas frases que já não esqueço.
Estou feliz.
Sim, eu levei um pinguim, em tamanho natural, para a apresentação da autobiografia dos Python, apresentada pelo sr. Terry Jones.
O pinguim era simbólico (também mera parvoíce pelo simples gosto da parvoíce, mas acima de tudo simbólico).
"It’s just gone 8 o’clock and time for the penguin on top of your television set to explode" foi a frase (e o momento, e o sketch), pronunciada por este mesmo Terry Jones, que fez, definitivamente, em mim a revolução pythoniana.
Revolução que, quem me conhece sabe, não foi coisa pouca.
Foi uma espécie de revolução hermanenciclopédiagatofedorentiana combinada.
Mas em maior.
Foi o click absoluto e definitivo.
E foi aquela frase, aquele sketch, aquele pinguim a explodir que me renderam completamente. A minha vida nunca mais foi igual um pinguim depois.
Não é exagero dizer que um pinguim mudou a minha vida – um python fan entende o que quero dizer.
Portanto, sim, eu andei um dia inteiro na faculdade com um pinguim de 60 cm, eu fiz quatro (!) longas viagens no metro com um pinguim, eu fui para a Fnac do Chiado com um pinguim.

Glorioso.
É qualquer coisa de glorioso poder ouvir o sr. Terry Jones (repararam como não consigo tratá-lo sem ser por “sr”?) ali a meia-dúzia de metros a fazer aquela voz “he’s not the messiah! He’s a very naughty boy”. E o sr. é, realmente, muito simpático, bem-humorado e inteligente. Compensou bem a hora de atraso.

E admito que podia muito bem ter gritado BURMA quando me vi à frente do senhor a dizer-me “oh. You have a penguin”. Porque o facto é que…I panicked. Eu ainda queria perguntar ao sr. se pelo facto de estar ali um piano e um calor insuportável dentro da loja não lhe parecia que os srs. da Fnac estavam a querer dizer alguma coisa. Mas não deu. Pânico.

Oh. E arranjei um nome para o pinguim. O Nuno Markl entrou na sala, olhei para o Markl de perfil, para o pinguim de perfil e arranjei um nome para o pinguim. Markl Terence Cohen. Um requinte…Ou talvez o produto parvo da expectativa, de uma hora de espera e de uns nervos muito sensíveis.

No entanto, um apontamento. Aquele senhor lá à frente que fez (tentou fazer) A voz numa pergunta ao sr. Terry Jones, não se sentiu um bocadinho humilhado? É que eu senti-me. E não era comigo. Simplesmente não se faz A voz ao Terry Jones, do mesmo modo que não se faz uma silly walk à frente do John Cleese. É um momento humiliatus maximus. Não se faz.

Seja como for…foi uma noite feliz. Ou não me lembrasse de metade.
Mas foi giro.
Espero que o pinguim (e eu e a Inês) não apareçamos em nenhum lado: SIC, jornal que for, Internet.
É que não vai ser bom se a Teresa Alves descobrir que à hora em que era suposto estarmos a assistir ao Waiting for Europe e a uma conferência na reitoria da UL, estávamos antes numa lojinha no Chiado a rir de um senhor de meia-idade que é mesmo bom a imitar senhoras de meia-idade. Com um pinguim.

Em conclusão.
Objectivos/expectativas que tinha:
* Levar o pinguim. Check.
* Ver o sr. Terry Jones ao vivo. Check.
* Ouvi-lo a fazer aquela vozinha. Check (com o bónus da gloriosa frase “he’s not the messiah”)
* Autografar o livro. Check (com o bónus Markl, com o bónus pinguim)
* Não entrar em pânico nem agir de forma atípica/estranha/esquizofrénica/irreconhecível/mal-educada. Não check. As minhas sinceras desculpas a quem quer que tenha sofrido com isso.





domingo, 9 de dezembro de 2007

"Em seguida, tomou um cálice, deu graças, olhou-o e empalideceu, entregou-lho dizendo:
OK, quem é que foi o engraçadinho que pôs sangue aqui?
E ninguém respondeu ao Senhor e houve um grande silêncio e o Senhor disse:
Judas? Isto é mais uma das tuas partidas parvas? É isto a tua ideia de piada?"
Mt 26, 26-27

"Voltando para junto dos díscipulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro:
WAKE UP POLLY PARROT!"
Mt 26, 40.





As coisas estranhas que me passam pela cabeça sempre que leio a Bíblia.

Afinal, não é todos os dias que podemos ver o Javier Solana a palitar os dentes.
Weee...

sábado, 8 de dezembro de 2007

A paragem
1. Chegue bem cedo à paragem. Uma hora antes do autocarro é o ideal.
2. Faça parar todos os autocarros que passarem no entretanto, para pedir informações: “Vai para a Murronhanha?” é a expressão clássica, mas pode puxar pelo seu lado criativo e perguntar “a que horas fecha a garagem?” ou “ai não vai para a Murronhanha? Então vai para onde? Ah..e sabe a que horas passa o autocarro para a Murronhanha?”. Não se esqueça que deve fazer isto mesmo que já tenha utilizado mil vezes este autocarro.
3. Meta conversa com todas as pessoas também à espera na paragem. Aposte naqueles que estão a ler ou a ouvir música (quanto mais a conseguir ouvir, melhor). Se encontrar alguém a ler E a ouvir música não deixe passar a oportunidade de lhe dizer a sua opinião sobre o caso Maddie, os penteados da Camilla Parker-Bowles ou o juízo do Mário Soares. Se possível, indigne-se. Indigne-se mais quando não lhe respondem, queixe-se destes jovens mal educados e culpe-os do país e do governo que temos.
4. Continue a meter conversa. Se encontrar um colega sénior aproveite o tempo de espera para um agradável concurso de doenças.

Parar o autocarro
Quando o autocarro estiver já a passar a paragem, atravesse-se no meio da estrada e estique o braço. Quanto mais os travões chiarem, mais bem sucedido/a foi. Sinta-se orgulhoso se ao se abrirem as portas estiver alguém caído no chão junto ao motorista.

Agora que vai entrar no autocarro impõe-se que falemos de um outro tema fundamental:
Os acessórios
Os acessórios são as ferramentas essenciais para desfrutar da sua utilização dos autocarros. Se este tema lhe for desconhecido, saiba que com os acessórios certos vai poder descobrir toda uma nova experiência nas viagens de autocarro.

1. Os sacos.
Essenciais. Um must have, um clássico. Nunca são demais, quantos mais melhor. Se procura algo novo, aposte em complementar com um carrinho, cheio e bem pesado. Para um efeito mais eficaz, encha os sacos com:
a) laranja e maçãs – não se esqueça de que os sacos devem estar aberto;
b) frascos e garrafas de vidro – de preferência todos no mesmo saco;
c) frango acabadinho de sair da churrasqueira – certifique-se de que o deixa junto de quem está há mais tempo na paragem, à espera.
(Se não tiver nada com os encher, arranque pedras da calçada ou roube areia das obras)
Nesta quadra natalícia não deixe de aproveitar para juntar à carga dos sacos, alguns embrulhos muito grandes e com aspecto frágil (ex.: tilintam quando lhes toca).
ATENÇÃO: não deve ser capaz de transportar os sacos e os embrulhos sozinha/o.
2. A bengala/muleta
Preferência pelas muletas. Aproveite. Apoie-se nelas como se fossem as suas pernas.
3. A mala.
A mala, à semelhança dos sacos deve ser muito pesada. À semelhança dos embrulhos deve ser bem grande e tilintar ameaçadoramente sempre que se mexer. Se estiver disposta a algo mais arrojado, traga o frango dentro da mala.
4. O neto.
Escolha o seu neto na idade mais difícil, o mais barulhento, mimado e mal-educado. Se tiver dois nessas condições e não se conseguir decidir, não hesite: leve os dois.

A entrada no autocarro
Como está há mais de uma hora na paragem reclame o direito de ser o/a primeiro/a a entrar no autocarro (mesmo que só estejam mais duas pessoas na paragem e o autocarro venha vazio). Nesta fase do processo, entram os acessórios:
1. Os sacos. Tente levar todos os sacos e o carrinho sozinho/a. Faça a fruta e o vidro oscilarem perigosamente para fora do saco (se tiver algum estômago, deixe alguma fruta cair). Algumas das pessoas que estão atrás de si oferecer-se-ão para o/a ajudar. A pessoa que o/a ajudar vai entrar no autocarro para arrumar os seus sacos e embrulhos e vai aproveitar para ficar (logo, passou-lhe à frente). Não faça muitas ondas e agradeça-lhe. Se mais alguém tentar a gracinha, faça muito má cara.
2. A bengala/muletas. Apoie-se, apoie-se nelas. Certifique-se de que as suas pernas tremem como palhinhas a sustentar a Capela Sistina. Tente subir o primeiro degrau do autocarro. Não suba. Alguém de dentro vai oferecer-se para lhe segurar a bengala/muletas. Fique simplesmente parado/a agarrado às portas com um ar de esforço tremendo, como se a sua vida dependesse de subir aquele degrau. Pragueje. Ao fim de alguns segundos passe os tremores das pernas para os braços, com as mãos bem enclavinhadas nas portas (não se esqueça que deve ocupar todo o espaço de passagem). Eventualmente quem se ofereceu para lhe carregar os sacos e segurar a bengala/muleta, vai ajudá-lo/a a subir.
Nota: os pesos pesados têm vantagem natural e a bengala/muletas torna-se opcional. Disfrutem.

A compra dos bilhetes
1. Não se esqueça de continuar a ocupar a passagem, mantendo todos os outros passageiros à espera. Isto é muito importante, especialmente se estiver a chover e/ou temperaturas negativas.
2. Compre bilhete – SEMPRE. Nunca utilize o passe.
(Se não tiver opção e utilizar, não se esqueça que o deve ter protegido numa capa, dentro da carteira, dentro da grande e povoada mala, para as senhoras. Para os senhores, dentro de uma capa, dentro da carteira, dentro do grande e povoado bolso. Quando tirar a carteira deve vir enrolada num lenço com bastante uso – recente. Tire tudo de dentro do bolso/mala antes de conseguir encontrar a carteira. E não se esqueça que esta operação só deve ser feita já DENTRO do autocarro).
3. O mesmo vale para comprar os bilhetes. Mesmo que já tenha feito a viagem mil vezes, nunca saiba o preço do bilhete. Tenha o porta-moedas dentro de uma bolsa, dentro da mala, para as senhoras. Para os senhores, tenha as moedas soltas dentro do bolso. Não se esqueça que quando as tirar, o lenço deve vir colado àquela que vai entregar ao motorista.
4. Escolha as moedas uma a uma. Confunda-se e misture escudos com euros (nas contas e nas moedas). Engane-se duas vezes e obrigue o motorista a escolher as moedas.
5. Sente-se, mas esqueça-se de trazer o bilhete. Obrigue os outros passageiros a recuarem enquanto volta para trás para ir buscar o bilhete.
ATENÇÃO: Não se esqueça que deve pedir o bilhete para um nº específico de uma rua específica, para uma casa específica de uma família específica, para um espaço comercial específico do qual só conhece o nome do dono ou para um sítio com um nome popular caído em desuso há quarenta anos (ex.: Travessa 25 de Abril – Poço da Galega Vesga).

A viagem
* Não se esqueça que deve ocupar dois lugares, seja com os netos, seja com os sacos e embrulhos e carrinho. Se não tiver carga suficiente para ocupar dois lugares, certifique-se de que se senta do lado:
a) de dentro, se for sair numa das primeiras paragens, obrigando quem está ao seu lado a ter de se levantar para sair, isto depois de já ter levado com os sacos e a mala no nariz quando se levantou para pedir licença;
b) de fora, se for sair numa das últimas paragens, obrigando quem viaja ao seu lado a comprimir as pernas por causa do espaço ocupado pelos sacos, de tal modo que quando se puser de pé se assemelhar a um gafanhoto. Quando a pessoa que está ao seu lado quiser sair, não se levante (por causa do peso, das artroses, do colesterol, do rabo grande e pesado). Desvie apenas um pouquinho as pernas.
* Converse com toda a gente. Converse muito com o motorista, mesmo que ele não lhe responda. Converse muito alto, de forma que todo o autocarro o/a possa ouvir. Isto é especialmente se for a relatar ao motorista a crónica dos seus problemas intestinais. Não se esqueça que Nossa Sra. De Fátima e José Sócrates devem entrar na história a certo ponto.
* Cumprimente toda a gente que entra. Quando não lhe respondem seja azedo/a e queixe-se destes jovens mal-educados de hoje em dia. Culpe-os do estado do país e do governo que temos.
* Cumprimente toda a gente que sai. Despeça-se com beijinhos e recomendações para a família. Recomendações sobre os cuidados a ter com a flora intestinal recomendam-se.

A saída
* Não toque na campainha. Grite “oh chefe, pare aí na próxima sff”. Mesmo que vá no primeiro lugar, ao lado do motorista.
* Se tocar na campainha, toque várias vezes.
* Toque na paragem errada.
* Toque já em cima da paragem. Se o motorista não parar grite “ooooh! É para parar!”. Resmungue muito.
* Levante-se só quando o autocarro já estiver parado.
* Repita o circo da entrada. Saia de costas e muito devagarinho – tenha os movimentos lentos de um polvo.
* Deixe os sacos no degrau e grite quando o motorista não os vir e fechar as portas. Certifique-se que o frango fica esmagado.
* Deixe-se ficar no degrau e entale um braço. Grite.
* Esqueça-se de um saco no autocarro.
* Vá esperá-lo. Chegue uma hora mais cedo.

Metade escrito de uma assentada na paragem, às escuras.
A outra metade escrita de uma assentada na aula de EDTE. Às claras.
Espero que a desgraça que é para mim ser velho esteja visível...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007



O Pai Natal
* Reparou como utilizei “Pai Natal” no singular? Um Pai Natal a trepar é simpático. Dois é exagero. Três é parvoíce.

* Certifique-se que o Pai Natal está bem fixo e não fica, numa noite mais tempestuosa, pendurado por um pé de cabeça para baixo.

* Desaconselha-se o Pai Natal em tamanho real. Perde o pitoresco natalício para se tornar apenas assustador. O mesmo vale para as renas.

A neve
Se você é daqueles que gosta de enfeitar os vidros com sprays de neve, há alguns aspectos que é fundamental ter em conta:
* Não invente. Utilize moldes.

* Pela segunda vez, não invente. Existem moldes já prontos à venda em qualquer AKI, Leroy ou mesmo Continente. Moldes de papel ou cartolina feitos por si vão:
a) criar uma imagem irreconhecível, particularmente, dentro do contexto natalício;
b) desfazerem-se ou colarem à janela logo à primeira utilização.

* Tapar toda a janela com uma camada dupla de neve não é uma boa opção. Se não utilizou moldes e quer disfarçar o boneco de neve que acabou por ficar mais parecido com um paio de Arganil com problemas linfáticos, não cubra toda a janela com neve. Seja um homenzinho/mulherzinha, admita o erro e vá buscar um pano e Ajax e tente de novo. Desta vez COM MOLDES.

* Flocos de neve desenham-se

Qualquer variante, é um risco.
* Lembre-se. Um Z ao contrário não se desenha Z mas S. Lembre-se de começar da direita (para a esquerda) e calcule bem o espaço. Evite começar com um FELIZ gigantesco para depois acabar com um frase ilegível de tão diminuta.

A iluminação
* Se é daqueles que compra a sua decoração de Natal na loja dos chineses ATENÇÃO. Pinguins, águias, Cristos, Sras. De Fátima, pombas e ursos polares não fazem, repito, NÃO fazem parte do imaginário natalício (pode utilizar um discreto urso polar apenas no caso de ser dono/funcionário da Coca-Cola e/ou um visionário – conferir relação Coca-Cola/Pai Natal).
Evite por isso comprar placas luminosas com estas figuras, mais dignas da decoração natalícia de um prostíbulo do que exactamente de uma familiar varanda.
Considere estrelas, velas, árvores de Natal e, com algum jeitinho, um boneco de neve com cartola.
Evite, no entanto, aquelas estrelas psicadélicas dos chineses. Todos os dias vai ter um epiléptico à porta. Uma verdadeira maçada.

* Se optou por uma mangueira luminosa, não a atire só para a varanda. Disponha-a um pouco mais cuidadosamente, num bonito ondulado ou ziguezague. Ainda assim, não exagere no “cuidadosamente”. Se quer criar figuras com as mangueiras luminosas, compre as armações já prontas.

* Seja moderado. A ideia é decorar a sua varanda. Não fazer com que seja visível do espaço.

As renas e o trenó de plástico e/ou iluminados
* Se você é daqueles que gosta de enfeitar a sua varanda com renas e trenó de plástico, ESQUEÇA-AS. PI-RO-SAS.

A chaminé de plástico
* Desfaça-se dela. Qual é a lógica de ter uma chaminé na varanda?

Outros:
* Se você é o tipo de pessoas que pendurou bandeiras (notar plural) na varanda quando do Euro2004, muita atenção. Evite os exageros. Já não estamos no Euro2004. Símbolos nacionais como a bandeira não valem enquanto decoração natalícia. (Exceptuam-se nesta categoria os nacionalistas/militantes do PNR).

* Não pendure bolas de Natal em ventosas no vidro.

* Não ponha uma segunda árvore de Natal na rua (a menos que seja um sem-abrigo; nesse caso, esteja à vontade para compor uma sumptuosa árvore de Natal ao (l)ar livre).

* CD’s não valem enquanto decoração natalícia (a menos que seja camionista).

* Símbolos do Benfica não valem enquanto decoração natalícia (a menos que seja o Barbas, o Máximo, um primo do Mantorras, o Eusébio, o Chalana, o Simão e, CLARO, o Rui Costa ou familiar do mesmo).

Na próxima semana, como cozinhar bifes de rena para a Consoada (extra: como tirar nódoas de sangue de rena da carpete).
Feliz Natal...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Não via nada tão bom desde o Rap dos Matarruanos...

...entender aquelas pessoas que acham que se atirarem uma mangueira luminosa para a varanda já têm a decoração de Natal feita.
Oh senhores...tenham lá um bocadinho de mais cuidado com isso.

Isso é que era...

A ideia era manifestar o meu horror por os anos 90 estarem de volta.
Mas saltou-me um detalhe mais importante à vista.
É só de mim ou a Victoria Beckham (que no meu tempo era uma vulgar Adams e NÃO, não faço puto de ideia que Spice ela era) não acaba o ano sem uma perna a desencaixar e voar palco fora?


Dicas de Natal #1 The Larch

Situação:
Você está numa grande superfície, completamente lotada em Domingo à tarde. Deslocou-se aí, aparentemente à semelhança de centenas de pessoas, para comprar uma árvore de Natal. Decente. Bonita, barata e...er...bonita.
Dirige-se à secção de Natal onde essas centenas de pessoas estão concentradas, mais entaladas do que judeus comunistas homossexuais romenos morenos num vagão para Auschwitz em época de falta de botões e sabonetes.
Infelizmente, e como bom português que é, já vem um bocadinho em cima da hora. As caixas com as árvores de Natal estão a voar da prateleiras, quase literalmente.
Finalmente, entre as árvores brancas e as árvores pretas que até são bonitas mas um mau investimento, encontra-a: A árvore. Perfeita. Bonita, barata e...er...bonita.
Ponto grave da situação: Já só há uma caixa. Tendo em conta a distância que o/a separa da caixa e a aquele senhor/a que já está de braço esticado para a levar, nunca vai conseguir agarrá-la a tempo.

Solução:
Você:
a) Grita bem alto para quem estiver consigo "Epah oh Zé, esquece lá essas. O ano passado a Luísa levou uma dessas e em vez de uma árvore a caixa trazia uma piton brasileira. Venenosa. Passou a consoada no Amadora-Sintra. E nem lhe devolveram o dinheiro".
b) Passa para outro corredor e grita bem alto (e histéricamente): "OH ZÉ!!! Esquece a árvore! Está aqui o Cristiano Ronaldo!!! Anda cá depressa".
c) Grita bem alto "Hey! Zé! Viste aquele monhé que largou ali aquela caixa e foi embora? O que é que está escrito na caixa, mesmo? «Alá é grande???»"

Se nenhuma das anteriores resultar, passe a uma abordagem mais directa. Dirija-se à secção de utilidades da loja e agarre num colete verde/amarelo, dos fluorescentes. Se quiser acrescente uma ferramenta ou outra com ar ameaçador e oficial.
Dirija-se à pessoa que já vai com a caixa da árvore na direcção da outra caixa, para pagar. Apresente-se ruidosamente como inspector da ASAE e garanta-lhe que vai ter de confiscar aquela árvore. Não cumpre as normas de segurança da U.E. e pode a qualquer momento entrar em combustão espontânea, o que LARGUE-A!!! DEPRESSA! ALGUÉM! UM EXTINTOR! Quando tiver a caixa na mão, certifique-se que corre depressa.



Na próxima semana, como convencer todos os seus amigos que pacotes de batatas fritas são boas prendas de Natal.
Feliz Natal...

sábado, 1 de dezembro de 2007

Eu sei que os jornalistas estão a fazer o trabalho deles, mas...epah...idiotas.

SIC. Telejornal.
Em directo do Estádio da Luz, junto às bilheteiras.
Faltam 7 horas para o jogo.
Um adepto (já lá está, a 7 horas do jogo).
Aquele gorro com guizos. Do Benfica.
T-Shirt. Do Benfica.
Camisola. Do Benfica.
Casaco. Do Benfica.
Braçadeira. Do Benfica.
Luvas. Do Benfica.
Bandeira bem grande. Do Benfica.

Jornalista: "Então? Acha que o Benfica vai ganhar?"

Apelo desesperado

Há por aí alguma alma caridosa que me queira proporcionar um Natal feliz?
Por favor, por favor, por favor...
Alguém que me queira oferecer um pinguim de peluche que vi hoje no Modelo? E que também deve existir nos Continente?
Eu sei, eu sei...dada uma situação constragedora recente eu devia ter ganho alergia a pinguins...mas...mas...
Eu quero aquele pinguim.
Tem mais ou menos 50 cm e é bastante parecido com o da foto.
Se tenho amigos, cheguem-se à frente agora. Mesmo tendo em conta que eu não vos ofereço nada no Natal...são só 13,99€. Sim, porque não o compro eu?
Bem...eu não vou gastar 13,99€ com um pinguim quando isso me dá para um livro.
Mas...eu quero aquele pinguim.
Alguém que me ofereça o pinguim.
Por favor.
E esta obsessão não tem rigorosamente nada a ver com o facto do pinguim ser idêntico a um dos pinguins Monty Python.

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