quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Estes dias de calor de Agosto dão cabo de mim. A sério.

Um dia destes vinha para casa, conduzindo desvairadamente o meu ervilha (vinha para aí a 60!). O rádio está avariado já há uns dois anos e a preguiça é tal que não me dou ao trabalho de o levar a arranjar. Já me habituei mas às vezes sinto falta de banda sonora.
À falta de melhor, começo a cantar.
Primeiro baixinho. Depois em tom normal. Quando dou por mim já vou a cantar com os pulmões a fugirem-me da boca para fora.
A única coisa que consigo cantar sem parecer um canil em chamas é Queen.
Eu até tenho uma táctica para, quando passo por outros carros ou localidades e acho que já é demais fingir que vou a falar ao telemóvel - prolongo as notas e evito mexer os lábios, para que ninguém note o que se vai a passar dentro daquele carro. Não tenho pulmão suficiente para que alguém, comigo em andamento, consiga ouvir do lado de fora.

Portanto, nesse dia lá vinha eu para casa, a matar saudades com a convicção toda, cantando alto, tão alto, Queen. A plenos pulmões dizia à minha bolha da viatura que "I Want to Break Free".

Estava já em casa quando reparei que, o forno dentro do carro era tal, que no início da viagem eu tinha aberto todos os vidros.

Oh, foi bom, tão bom.
(Sim, é essa a história que vou contar quando o Clarkson me perguntar como foram os primeiros tempos de condução).

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