sábado, 2 de outubro de 2010

O golpe final



Provavelmente já devia ter surgido há mais tempo mas hoje é um dia tão bom quanto outro qualquer.

Está na hora de encerrar este estaminé.

Foram, quase, quatro bons anos. O blog nasceu numa altura em que precisava mais do que nunca de uma escapatória para toda a demência que me estava a tomar conta do dia-a-dia.
Corria o belo ano de 2007 e todo o ritmo desconexo da FLUL estava a absorver todos os minutos do meu tempo.

Ah, a FLUL. Para quê dizer o que quer que seja da FLUL quando todo este blog é um registo desses anos de nonsense e grandes inesquecíveis momentos em que esgravatei o fundo?
Talvez por isso hoje em dia este blog já não me faça sentido. Apetece-me partir para outro, arranjar um novo espaço fresquinho, largar este histórico e estas palavras que pertencem, afinal, a um tempo e espaço que já não existe e onde já não posso - nem posso querer - voltar.

Estou agora a chegar ao final do estágio e, espero, a entrar numa nova fase da minha vida em que esta ligação ainda mais umbilical aos anos da FLUL vai perder-se definitivamente, ficando apenas a menos traumática, a que realmente importa. Sinto, então, que está na hora de deixar para trás este registo, deixá-lo guardado por aqui enquanto monumento a esse momento único.

Espero que esta chafarica não desapareça nas ondas da Internet. Ficou aqui muito do que foi o melhor de anos que, o tempo o dirá, fazem parte dos melhores da minha vida. É um registo único, uma espécie de diário da parvoíce e, sabe quem acompanhou mais ou menos este blog, o quanto eu gosto e valorizo a parvoíce. Verdade que passa pouco disso, de parvoíce, mas esta parvoíce foi extremamente importante para mim e estão aqui momentos realmente especiais.
Uma vez mais, por mais parvos que tenham sido, pouco importa.

Uma última palavra para quem passou por aqui ao longo destes anos. Tenham sido mais ou menos assíduos, a verdade é que houve um núcleo de meia-dúzia que se foi mantendo fiel ao meu registo de insanidade. E todos contaram. Muito obrigado por estarem desse lado, pelos vossos comentários igualmente parvos ou de solidariedade, pelos vossos bons comentários ou maus comentários. Tudo isso contou para me sentir menos sozinha nestes anos vertiginosos (a verdade é que na FLUL corri esse risco, de me sentir muitas vezes desamparada). Sem vocês, metade deste blog não o era e nunca se teria verdadeiramente concretizado, obrigado por terem feito parte desta experiência. Obviamente que não foi apenas aqui pelo mundo virtual que me fui encostando a este ou aquele pilar em forma de pessoa maravilhosa mas isso são conversas para outros campeonatos. Por agora, é hora do adeus ao blog e a quem esteve aí desse lado. Espero que nos encontremos em outros espelhos virtuais!

Venham outros.
Adeus SomebodyShotThePresident, gostei muito de ti.
Obrigado por tudo <3>

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Estes dias de calor de Agosto dão cabo de mim. A sério.

Um dia destes vinha para casa, conduzindo desvairadamente o meu ervilha (vinha para aí a 60!). O rádio está avariado já há uns dois anos e a preguiça é tal que não me dou ao trabalho de o levar a arranjar. Já me habituei mas às vezes sinto falta de banda sonora.
À falta de melhor, começo a cantar.
Primeiro baixinho. Depois em tom normal. Quando dou por mim já vou a cantar com os pulmões a fugirem-me da boca para fora.
A única coisa que consigo cantar sem parecer um canil em chamas é Queen.
Eu até tenho uma táctica para, quando passo por outros carros ou localidades e acho que já é demais fingir que vou a falar ao telemóvel - prolongo as notas e evito mexer os lábios, para que ninguém note o que se vai a passar dentro daquele carro. Não tenho pulmão suficiente para que alguém, comigo em andamento, consiga ouvir do lado de fora.

Portanto, nesse dia lá vinha eu para casa, a matar saudades com a convicção toda, cantando alto, tão alto, Queen. A plenos pulmões dizia à minha bolha da viatura que "I Want to Break Free".

Estava já em casa quando reparei que, o forno dentro do carro era tal, que no início da viagem eu tinha aberto todos os vidros.

Oh, foi bom, tão bom.
(Sim, é essa a história que vou contar quando o Clarkson me perguntar como foram os primeiros tempos de condução).

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Mafra, Jardim do Cerco.
Quase dez horas. À espera do concerto dos Deolinda.
Chovia ininterruptamente, ainda que aquela chuva fraquinha, mas mesmo há mais de uma hora. E não tinha ar de ir parar tão cedo.
Lugares na Plateia A, lenços enrolados na cabeça como uma velhota. As cadeiras meio desconfortáveis estavam molhadas, algumas pessoas com guarda-chuvas a bloquear a visibilidade, outras com casacos à cabeça. Perante a avalanche de mantas vermelhas à nossa volta a Inês foi buscar duas mantinhas que a EDP estava a oferecer, uma para cada.
Eu mantive o lenço à cabeça e tapei-me até ao pescoço, gelada e encharcada. A Inês, de sandálias na relva ensopada pela chuva, tirou da cabeça o bolero que lhe tinha emprestado e fez um lenço da manta, como uma velhota. Enrolou o bolero à volta do pescoço como se fosse um lenço.
Olhei à minha volta, vejo o cenário caótico de mantas e chapéus e lenços e desenrascanços da chuva e a situação está prestes a cair em mim quando isto começa a tocar bem alto:



Não me ria com tanto gosto há imenso tempo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

As coisas que acontecem quando uma criança sub-10 entra no meu quarto:

Curiosa:
"Isso é o quê?"
Ensonada:
"Música."
Mais curiosa:
"É o quê?"
Meio entusiasmada com a esperança de estar a começar uma história para contar daqui a vinte anos:
"John Lennon. Gostas?"
Desdém:
"Não."

Pronto, eu tentei.

terça-feira, 22 de junho de 2010

E eu assim o faço. Aqui fica o meu mail matinal de bom-dia para o peepz.


*com a voz do Baptista Bastos*
"Estava um dia na Brasileira e passou o saudoso José Saramago, quanto a mim, e há que dizer isto com frontalidade. o maior lenhador da língua portuguesa. Lá vinha ele, com o seu castor debaixo do braço, o Saramago naquela sua forma típica de ser, de Nobel, a fazer lembrar, e há que dizer isto com frontalidade, quanto a mim um dos símbolos emblemáticos de Lanzarote, um dos seus fundadores, serve isto para apresentar este convidado do Além, um homem que fez tudo na vida e no fundo não fez nada. Ó Saramago, tu foste um grande combatente, um anti-fascista, mas foste também um bocado fascista, ou não? Tu és um homem de esquerda apesar de seres um pouco fascista, estavas ligado ao Salazar, o que se chamava na altura um pulha Pidesco. Tu foste da PIDE ou não? Onde é que estavas no 11 de Março? Nessa altura já eras bissexual. Digo bissexual no sentido de que estiveste a conviver com a direita e com a esquerda, eras, bom, o que a gente chama uma prostituta política. Eras de resto conhecido como a maior puta da vida nacional. Olha lá, ó minha porca, onde é que estavas no dia 36 de Setembro da parte da manhã? Porca, no sentido de porca fascista, do capital. Na ausência total de valores tu sempre representaste, apenas nesse sentido... aliás, tu como eras de esquerda assumes a tua faceta de molusco paneleiróide, de salazarista pestilento, que ao fim e ao cabo, eu acho que és uma besta, há que dizer isto com frontalidade, e eu digo isto com o respeito que mereces."

Pronto, bem-vindos à minha cabeça. À esquerda, um desolado deserto arruinado, à direita um glorioso império florescente.
Boa-tarde e passem bem.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Conclusões


Programas de apanhados: Kafka explicado aos menos iluminados.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Para fazer "arte"

Nunca sei bem aquilo que me vai fazer rir a seguir e hoje o meu momento de morder furiosamente as bochechas para não me desmanchar a rir na cara da pessoa em questão envolveu tratarem um piaçaba por "pincel".


Ainda não está completamente ultrapassado o momento, posso gargalhar a qualquer momento :|

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Perturbador

Fazia uma ligeira limpeza à secretária aqui no estaminé laboral quando me deparo com um post-it colado por cima da mesa, com a anotação para que serviu virada ao contrário e de resto quase em branco mas, escrito a lápis no canto superior esquerdo, tem "este universo".
Com a minha letra.
Não me lembro de fazer isto.
Medo.

sábado, 5 de junho de 2010

O nosso feeling

"Sabes qual é o nome da selecção nacional este ano?"
"Yah, os Navegadores."
"Sabes porquê?"
"Porquê?"
"Porque vão lá ver navios."
"Vão é levar na corneta."
"Daí o estágio com as vuvuzelas."

*pau*

terça-feira, 1 de junho de 2010

Vuvuzelas


Estava farta delas.
Já não as podia ouvir.
O jogo estava aborrecido, desviei o olhar da TV e fiquei só com o som nos ouvidos.

Subitamente, senti que o estádio estava cheio de Chewbaccas a apoiar sonoramente a selecção nacional.
É o meu mecanismo de defesa para as vuvuzelas :D

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Já não ajudou nada, a semana passada, quando a Inês certeiramente descodificou a presença e maneira estranha de falar de um colega: é o Homem do Bussaco em carne e osso.

Agora, quando o ouvi sugerir que talvez dê para arranjar bilhetes para Metallica em algum concurso numa rádio. Tipo Rádio Renascença...

Ainda tou a sufocar de riso por dentro.

I <3 this people.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Uma noite de Benfica - III


No fundo, o Benfica devia ser campeão todas as semanas.
Deu-se um efeito Big Show Sic e hoje de manhã tinha menos meio quilo.
Bem, o facto de me ter esquecido de jantar também deve ter influenciado.

Uma noite de Benfica - II



Pronto. Foi isso. Tasco dos 'Unidos da Glória'. Hora e meia de nervoseira e início dos festejos.
Este génio que vos fala desligou a máquina pensando que estava a começar a filmar - o habitual.
É pena porque não ficou registado em vídeo o momento em que um dos compadres da sueca se dirige a mim, quando estávamos já de saída para o Marquês, e aperta-me a mão congratulando-me "pela festa que fiz ali e venha cá mais vezes". Prometi voltar para o ano.


No Marquês? Ver o maralhal vermelho todo (ficámos mesmo lá junto à estátua, yey) a ser abençoado pelo Papa - priceless.

Uma noite de Benfica - I

Pronto... imaginemos que em plena subida eufórica da Avenida da Liberdade, à frente do Tivoli, eu via uma certa e determinada personagem do mundo da política a entrar num táxi.

Personagem esta de que já falei aqui e que detesto, desprezo absolutamente.
Personagem que, segundo consta por aí, é do Futebol Clube do Porto.

Pronto, foi só um grito à janela com o cachecol aberto.

Mas a cara de incómodo do Paulo Rangel foi impagável.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Hoje de manhã vi um senhor desorientado, à entrada da Calçada de Carriche, todo equipado para apoiar a selecção: camisola de Portugal, cachecol e equipamento diverso na mão.

Senhores da África do Sul, atentai! A chave para as viagens no tempo estará aí no Verão!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Falava-se da lenda da Europa. Estava-se no ponto em que Zeus se apaixona por Europa.

A formadora lança a pergunta:

"Então e o que é Zeus fez para a conquistar?"
"Ficou um boi."

terça-feira, 20 de abril de 2010

Sapatos de salto à velhota.
Saia de pied-de-poule da Mango.
Até maquilhagem, por Deus.

No fim da formação sobre a União Europeia que EU (e a Inês!) acabei de dar, nada disto impediu que o meu metro e meio e bochechas grandes levassem um professor a despedir-se de mim com uma palmada na bochecha.

Ainda consigo sentir aquela mão :|

Oh the horror... the horror.

Coisas

Vi uma freira a conduzir um Ford Fiesta dos antigos, azul escuro.

É essa a minha história.

Obrigado e bom-dia.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pérolas lisboetas

Conseguir o estágio já valeu a pena só por causa desta montra de uma padaria/pastelaria na área.A melhor parte? O bicho mexe!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Exageros climatéricos


Houve um mini-tornado lá mesmo para as beiras do meu estaminé laboral.
Como é que eu sei?
Li no Facebook sobre isso, claro.

terça-feira, 30 de março de 2010

Eu já vi muita coisa estranha mas não estava à espera de ver hoje, no Campo Grande, uma jovem dos seus 18 anos apanhar o autocarro para a Póvoa da Galega, no cimo de uns altíssimos Louboutin de seda azul.
E estava mal vestida. O raio das bainhas das calças de ganga nem estavam feitas, estavam enfiadas para dentro.

O que foi aquilo? :O

[Nota: isto não é de forma alguma inveja. Não. Nem um bocadinho. Rai'spartam mais esta gente com dinheiro e apenas uma réstia de bom gosto.]

quarta-feira, 24 de março de 2010

Pérola insofismável

"Logo o 'eeepah!' está para o pimba como o 'ahahah' está para o metal."

domingo, 21 de março de 2010

Fui dar sangue.
A certa altura, o sangue deixou de sair e eu tive de vir embora.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Hoje, enquanto esperávamos que o filme começasse:

"Pois é, e ontem o Câmara Clara até era sobre o Lewis Carroll - e a Paula Moura Pinheiro que..."
"Aaah... pois. Eu ontem, eu ontem não vi. *encolhe-se e desvia o olhar* Estava a dar o Die Hard na RTP e eu estive a ver."

quarta-feira, 3 de março de 2010

Recuperação de um clássico

A todos os interessados, é só para dizer que fui cortar o cabelo.

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