sábado, 3 de novembro de 2007

Desafiaram-me (tão bom quando me desafiam =D) a fazer valer a minha ideia de que uma guerra e uma divisão em dois mundos é e sempre foi absurda, conscientemente absurda e um paradoxo fascinante. Não exactamente por estas palavras, mas mais ou menos essa a ideia...Isto no tempo em que aquilo que eu gostava mesmo era de escrever. Há um bom par de aninhos portanto... E no Outono, de há uns tempos para cá, já me habituei a descobri-lo, assim do nada...*pop*, como no Natal tropeço sempre num vídeo com o Christmas Carol, versão da Disney .
Escrevia (e escrevo) como uma menina. Mas divertia-me taaaanto. =D Divirtam-se também.

Não sou o único que fica feliz na sombra de árvores. Não sou o único que fujo para os perfumes das flores no Verão, quando são mais doces e intensos. A força dos chilreios chega para sentir que o mundo está todo ali. A luz que corre pela folhagem ilumina o meu caminho, cada vez mais fundo na Natureza.
O branco das folhas absorve as minhas lágrimas e a música, as notas soltas dos meus sorrisos. Preferia as folhas do Outono para escrever. Douradas e maduras, chovem das árvores para as minhas palavras.
Poemas e canções que podia assim dedicar à própria Natureza. Ser feliz por todos os poetas, trovadores e cavaleiros que espalharam as mais belas ideias. Não preciso de criações e invenções.
Para quê folhas de papel, quando as estações nos dão já folhas para escrever?
Para quê tintas para escrever quando alguém que me ouça nas quentes sombras das florestas fará perdurar tudo o que direi?
O ar chegará.
Os suspiros e risos mais simples serão suficientes.
Não levo cruzes, crescentes junto ao coração. Não carrego escudos. Não quero protecção de perigos que não são meus.
Levo apenas palavras, liberdade.
Não existem para mim fronteiras porque as canções, os poemas e a Natureza em toda a parte são desejados.
Dois cavaleiros que se irão confrontar, conhecerão as mesmas histórias que lhes contei. Provaram ambos as mesmas amarguras e doçuras dos cálices toscos que lhes servi a volta das fogueiras.

São dois irmãos que cresceram juntos nas minhas melodias.
Sou um cavaleiro das lendas e das histórias. Sou um trovador de palavras ao vento. Pessoas como eu, cabe-nos manter acesa a alegria dos homens. Os mitos que encontramos na nossa imaginação, foram soltos nas ameias dos castelos, nos estandartes dos exércitos, nas multidões que aguardavam ansiosamente os torneios.
Somos felizes na Natureza, somos felizes mensageiros, de reino em reino, de história em história, de magia em magia.
A poeira que sacudimos das nossas botas é pó de estrelas, e a alegria das crianças e a serenidade dos velhos.
Dentro das tendas de cores vivas e berrantes, encantei e hipnotizei soldados, cavaleiros a espera da batalha, inevitável. Os ruidosos exércitos inimigos cantavam e dançavam lá em baixo, no sopé, porque lá alguém tocava as mesmas canções com que eu os encantava.

^^ Amanhã volto à palhaçada. Prometo. Mas gosto sempre de encontrar estas coisas velhas minhas que usem expressões como "pó de estrelas".

1 Comment:

  1. Subterranian \ Ultravioleta said...
    é de facto giro, bem escrito, mas agora faz um post a explicar a ligaçao dessa merda com a divisao do mundo em dois.

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