domingo, 22 de novembro de 2009

Se há coisa que me entristece é não sabermos (e neste 'nós' estou a falar de nós-portugueses) fazer minutos de silêncio.
Um minuto de silêncio é isso mesmo: um minuto de silêncio e nada mais. Quem já fez um a sério sabe como conseguem ser quase violentos.

A primeira vez que fiz um minuto de silêncio - foram dois minutos, na verdade - foi no 5º ou no 6º ano, por uma aluna do meu básico que morreu num acidente. Morava na mesma rua da escola e, no dia do funeral, as centenas de alunos foram dispensados das aulas e formaram um cordão humano nos dois lados ao longo da rua. Lembro-me de poucas coisas desses primeiros anos do básico, não me lembro de mais nada desse dia, mas dificilmente me esqueço daqueles dois minutos.
Quase no fim dos dois minutos já havia de tudo - miúdos, que nunca a tinham conhecido, a chorar, outros a rir desesperadamente com os nervos, gente irrequieta, incomodados, e outros, como eu, que nunca a tendo conhecido, ficaram completamente congelados.
Foi um momento a sério, humano, com sentido.

Ultimamente, começaram estas mariquices.
O pessoal não aguenta os minutos de silêncio.
Há sempre alguém que verga e começa a bater palmas lá pelo meio ou, então, mete-se uma musiquinha com violinos a acompanhar (como vi agora, antes do Benfas começar).

Até nas homenagens facilitamos, desligamos, somos brandos demais.
É triste.

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